Orangotango morto, cortado e comido em plantação de palmeiras na Indonésia
Três suspeitos já foram detidos. Poderão ser condenados a penas de prisão até cinco anos
Um orangotango, espécie em vias de extinção, foi morto, cortado e depois servido como refeição por trabalhadores de uma plantação de palmeiras em Bornéu, na Indonésia, divulgaram hoje a polícia e grupos conservacionistas.
Três suspeitos foram presos no distrito de Kapuas Hulu, localizado na parte indonésia da ilha de Bornéu, enquanto outros sete foram ouvidos como testemunhas, segundo a polícia.
Uma investigação foi lançada após a publicação, nos meios de comunicação, de imagens de um animal abatido por ter entrado na plantação de palmeiras, utilizada para fabricar o óleo de palma (óleo de dendê).
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As prisões ocorreram após a descoberta de ossos de orangotangos e carne seca num armário, nas terras da quinta, disse o chefe da polícia local, Jukiman Situmorang, à agência de notícias francesa AFP.
Os três homens presos são suspeitos de terem "matado, cortado, cozinhado e comido os orangotangos" em 27 de janeiro, disse Situmorang.
Os suspeitos poderão apanhar até cinco anos de prisão por este tipo de crime.
O Centro para a Proteção dos Orangotangos (COP) condenou o abate do orangotango e chamou a polícia para tomar medidas contra a empresa que gere a plantação e os seus trabalhadores.
Certas empresas encorajam, de certa maneira, o ataque pelos seus funcionários aos orangotangos, que são considerados "uma praga" nas plantações de palmeiras.
O desenvolvimento exponencial das plantações de palmeiras (ou dendezeiros) em Bornéu reduziu drasticamente o habitat natural dos orangotangos.
O seu território diminuiu pela metade nos últimos 20 anos e a sua população caiu mais de 50% durante os últimos 60 anos, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).