Todos os anos há 25 mil estrangeiros que se tornam portugueses
Entre 2008 e 2016, mais de 220 mil pessoas quiseram ser cidadãos nacionais. Brasileiros são os que apresentam mais pedidos
No ano passado, Portugal concedeu a nacionalidade a 29 351 estrangeiros, um recorde desde 1996, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. Desde essa data, 2009 foi o período que mais se aproximou dos dados de 2016 com 24 556 cidadãos nascidos em outro país a conseguirem ter cartão de cidadão nacional.
Esta análise, que foca os anos de 2008 a 2016, consta de um documento divulgado ontem pelo INE, com o qual o instituto pretende marcar o Dia Internacional dos Migrantes, que se assinala na próxima segunda feira.
Naquele período houve 225 428 estrangeiros a conseguir a nacionalidade portuguesa, o que dá uma média de 25 mil por ano. Nesses nove anos tornaram-se portugueses 115 534 mulheres e 109 894 homens, ou seja uma relação de 95 homens para cada 100 mulheres.
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Quanto ao país de origem de quem pediu para se tornar cidadão nacional, surge em primeiro lugar o Brasil (60 335), seguido de Cabo Verde (37 417). Ou seja, os dois países somam 43% das concessões.
União de facto a subir
Com a naturalização a manter-se como a principal forma de aquisição da nacionalidade, em 2016 foi registado um aumento dos pedidos apresentando como motivo o "casamento ou união de facto com cidadão português há mais de três anos": passaram de 2128 casos para 3342.
A subida de candidatos a quem foi autorizada a nacionalidade registada no ano passado é explicada pelo INE com o aumento de pedidos entregues por estrangeiros que residiam fora de Portugal: passaram de 2145, em 2015, para 4247, em 2016. E ao facto de terem sido efetuadas alterações à Lei da Nacionalidade que permitiram reforçar a hipótese de estrangeiros descendentes de portugueses e de descendentes de judeus sefarditas portugueses procederem à aquisição da nacionalidade.
As estatísticas diferenciam os pedidos pela média de idades dos requerentes que vivem em Portugal e no estrangeiro. A idade média na altura do pedido, entre 2008 e 2016, de quem vive no nosso país era de 33 anos. Já no que diz respeito aos habitantes em outro país esse dado subiu para 48 anos.