Profissionais de saúde do Algarve em greve pelo SNS
Os sindicatos da saúde e da função pública do Algarve cumprem hoje uma greve que abrange todos os profissionais de saúde, em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região.
A greve, que começou às 00:00 e tem a duração de 24 horas, é a primeira paralisação conjunta no Algarve que congregará enfermeiros, médicos e profissionais da função pública, nomeadamente pessoal administrativo e auxiliares de ação médica, segundo os representantes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e do Sindicato da Função Pública do Sul.
Fontes do SEP e do Sindicato da Função Pública do Sul disseram à Lusa que esperam contar com uma forte adesão por parte dos profissionais de saúde do Algarve, mas apelaram também à participação da população algarvia na Tribuna Pública que as estruturas sindicais marcaram para as 17:00, em frente à sede da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
Nuno Manjua, coordenador do SEP do Algarve, apelou à mobilização de todos os cidadãos na tribuna pública, sublinhando que o objetivo dos sindicatos é fazer da concentração um momento regional em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Algarve.
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De acordo com Margarida Agostinho, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, há muitos clínicos a abandonar os serviços por reforma ou reforma antecipada, devido às más condições de trabalho, que se traduzem sobretudo na falta de pessoal e de material e tornam difícil manter as pessoas a trabalhar.
"Os médicos estão a sair por reformas, estão a pôr reformas antecipadas nos hospitais e nos centros de saúde, porque realmente as condições de trabalho deterioraram-se muito", afirmou Margarida Agostinho, questionando as vantagens da criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e da consequente fusão dos três hospitais da região -- Faro, Portimão e Lagos - no verão passado.
Rosa Franco, do Sindicato da Função Pública do Sul, chamou a atenção para o importante papel desempenhado nas unidades de saúde pelo pessoal administrativo e auxiliar e apontou inúmeras falhas nos serviços, desde a recolha do lixo a profissionais obrigados a fazer escalas de 16 horas.
"As instituições de saúde não funcionam sem os auxiliares, principalmente porque fazem parte da equipa multidisciplinar de saúde e sem os auxiliares não há serviço nenhum que funcione", sublinhou.