Poiares faz abaixo assinado contra encerramento de escola com 40 alunos
A população de Poiares está contra o encerramento da escola básica do
primeiro ciclo e a transferência dos cerca de 40 alunos para a cidade
do Peso da Régua, queixando-se das deslocações 'difíceis' por estradas
'íngremes e sinuosas'.
No próximo ano lectivo entram em funcionamento dois centros escolares do concelho, um em Godim e outro na Régua, uma medida que se inclui na carta educativa e que vai levar ao encerramento das escolas básicas do primeiro ciclo.
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Alguns moradores de Poiares disseram à Agência Lusa que foram surpreendidos com o encerramento da escola e que não se 'conformam' com 'esta medida cega'.
Nesse sentido, promoveram um abaixo assinado com 200 assinaturas que foi enviado aos presidentes da República e da Câmara da Régua.
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Nos portões da escola colocaram ainda pequenos cartazes onde se pode ler 'Os nossos filhos não são cobaias', 'A união faz a força. Ninguém leva os nossos filhos', 'Câmara e educação são a nossa destruição'.
Mãe de dez filhos, Rosa Silva garante que a escola tem boas condições, até sofreu algumas obras de remodelação no ano passado.
'Eu estudei lá, os meus filhos também e agora está muito melhor do que estava antigamente. Tem todas as condições para que os meninos continuem a estudar aqui', salientou.
A filha de Jorge Teixeira entra em Setembro para a primeira classe e o pai está já preocupado com a viagem que a menina vai ter que fazer até à cidade da Régua.
'As vias de acesso para a Régua são sinuosas de mais, de inverno o gelo e a neve fazem com que não haja condições de segurança nem para nós próprios, nos nossos carros, quanto mais autocarros a levar miúdos lá para baixo', sublinhou.
Além do mais acrescentou, os meninos vão sair cedo de casa e chegar muito tarde.
'Que relação vai ter um pai com um filho, com um avô, que referencias vai ter da terra quando a maior parte do ano inteiro nem o passa cá', questionou.
A mesma preocupação tem Eduarda Guedes que diz que acrescentou que as crianças passam a 'só vir dormir a casa'.
'Tenho uma menina na 4.º classe e neste momento estou indecisa e não sei onde é que a vou por. Depois de nos levarem as crianças para a Régua aqui vai parar tudo, vai fechar tudo, não sei para o que vão servir as aldeias', salientou esta residente em Poiares.
Tiago Pereira é peremptório: 'A escola não devia encerrar. Se vão fechar tudo e levar tudo para a Régua as aldeias ficam desertas. Toda a gente se devia unir e quando viesse o autocarro para levar as crianças não deixar entrar ninguém'.