PS quer ouvir administração demissionária da RTP
O PS quer ouvir no Parlamento a administração demissionária da RTP e considerou "urgentes" os esclarecimentos do Governo sobre o que pretende fazer com a empresa, que garante o serviço público de rádio e televisão.
"O PS vê esta demissão com muita preocupação, não tanto pela demissão, mas porque vem criar mais um episódio nesta espécie de novela na qual se mergulhou o país relativamente a uma das suas empresas mais importantes, que é a RTP, e que fornece um serviço público muito importante, que é o serviço público de rádio e televisão, que garante a liberdade de imprensa, a equidade fiscal, garante a diversidade e pluralidade", afirmou a deputada do PS Inês de Medeiros, em declarações à Lusa.
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O Conselho de Administração da RTP apresentou hoje o pedido de demissão ao Governo, numa reunião com o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, pedido esse que foi aceite, informou hoje o gabinete de Miguel Relvas.
O pedido de demissão da administração da RTP, liderada por Guilherme Costa, surge na sequência do anúncio pelo consultor governamental António Borges, que na semana passada disse, numa entrevista à TVI, que uma das propostas em cima da mesa é a concessão do grupo de media público a privados e o previsto fecho da RTP2.
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Para a deputada socialista, era de esperar que "o Governo já tivesse, ao fim de um ano, um plano concreto para a RTP".
"Já percebemos que não tem. O PS considera que é urgente o Governo vir esclarecer exatamente o que pretende fazer com a RTP, em que moldes o pretende fazer, para se poder fazer um verdadeiro debate democrático", disse.
Nesse sentido, o PS entregou hoje na Comissão Parlamentar de Ética "uma série de perguntas muito concretas" dirigidas ao ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a que, argumenta a deputada socialista, Miguel Relvas "sistematicamente não tem respondido".
"E, obviamente, achamos que devemos chamar a administração demissionária para esclarecer o que se se está a passar com este bem público, que é a televisão de todos os portugueses", acrescentou.
Para Inês Medeiros, "é lamentável que ninguém saiba, nem sequer a administração da RTP, o que é que o Governo pretende fazer com uma empresa como a RTP".