Previsão de subsídios em 2018 é "burla" política e económica
O coordenador do BE, Francisco Louçã, qualificou hoje de "enorme burla" política, económica e financeira que o Governo preveja a reposição total dos subsídios em 2018, quando não se pode fazer "seriamente" essa promessa para "sete anos depois".
"É uma enorme burla política e uma enorme burla económica e financeira porque ninguém pode saber o que acontece sete anos depois de terem sido tirados estes subsídios", afirmou Francisco Louçã aos jornalistas, após um encontro com a associação de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
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O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou hoje que a reposição dos subsídios de férias e de Natal começará a ser feita em 2015, a um ritmo de 25 por cento ao ano, sendo que, a este ritmo, apenas em 2018 estará reposta a totalidade do 13º e 14º meses.
"O Governo garante que no último ano antes das eleições do próximo mandato do próximo governo talvez devolva aos portugueses o que no dia 01 de abril de 2011 era um disparate o subsídio de Natal que nunca seria tiraria a ninguém", disse Louçã.
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Por outro lado, para o líder do Bloco, "o Governo mostrou hoje que tem contas que não batem certo".
"Todos os dias estão a ser tomadas medidas de austeridade e todos os dias o Governo diz que não estão a ser tomadas novas medidas de austeridade. Esta semana vai ser votada a simplificação dos despedimentos e a redução do apoio aos desempregados, a semana passa a ministra do CDS [Assunção Cristas] anunciou uma nova taxa para ser paga pelos consumidores que fazem compras nas grandes superfícies", argumentou.
Louçã apontou que o "Governo anunciou que no próximo ano o Estado vai reduzir a conta do Estado, com aumento de impostos ou com corte de despesa, já sabemos onde, em mais de três mil milhões de euros".
"Não se pode ver onde é que isso pode acontecer, depois de tanto ataque aos salários, tanto aumento do preço dos transportes, do gás, da eletricidade, do aumento das taxas moderadoras, do aumento das propinas. O Governo provou hoje que tem contas que são contas de fantasia, para uma economia que vive cada vez pior, para um país que não consegue respirar", argumentou.