Segurança Social lança terça-feira concurso para recrutar 200 trabalhadores
Entre 2011 e 2015, a Segurança Social perdeu 27% dos seus recursos humanos, segundo o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
O Instituto de Segurança Social (ISS) vai lançar na terça-feira um concurso externo para recrutar 200 trabalhadores para os quadros com o objetivo de acelerar os pedidos de reforma pendentes, anunciou hoje o Governo.
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Segundo um comunicado do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), trata-se de um concurso externo à Administração Pública que irá integrar 150 assistentes técnicos e 50 técnicos superiores, prevendo-se que cerca de 70 sejam alocados ao Centro Nacional de Pensões.
A abertura deste concurso já tinha sido anunciada, em 08 de maio, pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), Vieira da Silva, na cerimónia de apresentação do novo simulador de pensões.
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"Estas medidas vêm permitir uma melhoria global na capacidade operativa do Centro Nacional de Pensões, reduzindo o volume de pendências e contribuindo para uma resposta mais célere aos beneficiários do sistema de pensões", avança o MTSSS.
Segundo a mesma fonte, entre 2011 e 2015 o ISS perdeu 27% dos seus recursos humanos, com "impactos adversos na sua capacidade de resposta", sendo a área das pensões a que sofreu uma maior diminuição de trabalhadores (35%).
Além disso, "o encerramento do Centro de Contacto da Segurança Social em 2012 e o desinvestimento nos sistemas de informação, introduziram dificuldades ao nível da capacidade de resposta, com impactos negativos nos tempos de deferimento das pensões", sublinha o Ministério de Vieira da Silva.
A Segurança Social paga mensalmente três milhões de pensões, tendo o ISS atribuído em 2017 aproximadamente 123 mil novas pensões de velhice, sobrevivência e invalidez.
Além do reforço de recursos humanos, o "plano de intervenção interno para a área das pensões" definido pelo Governo irá assentar na melhoria dos sistemas de informação e infraestruturas tecnológicas e alterações de procedimentos internos.
Serão ainda criados três polos desconcentrados do Centro Nacional de Pensões: um em Aveiro com 11 trabalhadores e dois novos polos em Braga com 22 trabalhadores, num total de 33 recursos humanos (já instalados), "com recurso a procedimentos de contratação internos à Administração Pública".
Durante o mês de agosto, num plano de contingência até os recursos humanos contratados ao abrigo do concurso estarem a trabalhar, serão afetos 44 trabalhadores à análise e tratamento de processos, através de uma aquisição de serviços.
A conclusão do Programa de Regularização dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), permitirá igualmente o recrutamento de 65 recursos humanos para o Centro Nacional de Pensões.
"Com estas medidas, prevê-se um reforço de cerca de 50% dos recursos humanos afetos ao Centro Nacional de Pensões", anuncia o MTSSS.
Entre as medidas previstas ao nível dos sistemas de informação e infraestruturas tecnológicas, está um novo sistema informático de pensões e a centralização de serviços de Segurança Social de Lisboa num único edifício (previsto para o final do segundo semestre deste ano).
No final de julho, em declarações à Lusa, o ministro Vieira da Silva admitiu que o tempo de espera na atribuição das pensões da Segurança Social era elevado, assegurando que iria em breve anunciar "um conjunto de medidas" para corrigir os atrasos.
Em abril, o governante admitiu que o valor médio entre o período de requerimento da pensão e a atribuição era "excessivo", demorando "alguns meses", dependendo da complexidade das situações.
A Lusa questionou o Ministério de Vieira da Silva sobre qual o tempo médio de espera entre o pedido de reforma e a sua aprovação e qual o número de requerimentos pendentes, mas não obteve resposta até ao momento.