Fenprof vê 'rankings' como "mentira" para alimentar ensino privado
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) classifica a divulgação dos rankings' das escolas uma "mentira anual" para "alimentar o negócio na educação, através do ensino privado".
Este sábado, dia em que voltam a ser divulgadas listas e análises sobre os resultados académicos dos alunos e em que as escolas são ordenadas de acordo com as médias nos exames e sucesso académico, a Fenprof considera que os "'rankings são uma "mentira". Em comunicado, acusa os governantes de os continuar a "validar" .
"Sobre esses 'rankings', a Fenprof nada tem a acrescentar ao que sempre afirmou, assinalando, mais uma vez, que, essencialmente, eles se destinam a alimentar o negócio na educação, através da promoção do ensino privado, comparando o incomparável, numa concorrência desleal com o ensino público de que alguns jornais se aproveitam para ir buscar uns milhares de publicidade aos supostamente 'melhores' colégios privados", lê-se na nota.
A estrutura sindical liderada por Mário Nogueira destacou os "professores e professoras que, apesar das difíceis condições de trabalho que existem nas escolas, não baixam os braços e lutam, todos os dias, para que os alunos tenham sucesso, não apenas escolar, mas, principalmente, educativo".
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Sobre as difíceis condições de trabalho, são destacados os horários, dimensão das turmas, falta de apoios adequados para os alunos, entre outras, a que este ano se juntou o ensino a distância, que exigiu esforços ainda maiores, sem que a tutela estivesse à altura do que se exigiu aos profissionais, acrescenta.
"São estes professores e professoras que, num país que mantém um elevadíssimo índice de pobreza, neste momento agravado pelas razões que se conhecem, e que se tem confrontado com políticas educativas adversas à boa organização e funcionamento das escolas, têm conseguido aumentar as taxas de sucesso escolar, reduzido o abandono e desenvolvido projetos que vão ao encontro das necessidades dos alunos", sublinha.
Para a Fenprof, estes professores mantêm-se mantêm no topo do ranking de confiança dos portugueses mas continuam a ser "desrespeitados".
"Continuam a ser desrespeitados por um Governo que lhes apaga anos de vida profissional, impede uma aposentação justa e faz vista grossa ao envelhecimento da profissão, que abusa da precariedade laboral e que sobrecarrega os tempos de trabalho, impondo horários que lhes extremam o desgaste físico, psíquico e psicológico", conclui o comunicado.
A informação para a constituição dos rankings é disponibilizada pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência em que compara as classificações (internas e de exame) de cada escola a nível nacional. Estatísticas que os vários meios de comunicação social tratam, seguindo os seus critérios, como fez o Diário de Notícias,.