UE alarga lista de sanções à Venezuela e anuncia conferência em Bruxelas
A União Europeia impôs hoje medidas restritivas a mais sete responsáveis venezuelanos, membros das forças de segurança e serviços secretos, anunciando em simultâneo uma conferência internacional em finais de outubro em Bruxelas para dar resposta à "emergência humanitária".
Em comunicado, o Conselho da UE (Estados-membros) indica que decidiu alargar a lista de pessoas objeto de sanções face à situação na Venezuela a sete membros das forças de segurança envolvidos em atos de tortura e outras violações graves dos direitos humanos, incluindo quatro pessoas envolvidas na morte do capitão da marinha Rafael Acosta, enquanto este se encontrava sob custódia.
A decisão de hoje faz subir para 25 o número total de pessoas objeto de sanções, tais como a proibição de viajar e o congelamento de bens.
Numa declaração divulgada praticamente em simultâneo, a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, aponta que a decisão de hoje vem dar seguimento direto à sua declaração de 16 de julho passado, na qual anunciava que os 28 estavam prontos a começar a trabalhar no sentido de aplicar medidas específicas aos membros das forças de segurança envolvidos em violações graves dos direitos humanos, incluindo atos de tortura.
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"Estas medidas restritivas visam promover uma solução pacífica, política e democrática, através de eleições presidenciais credíveis, transparentes e controladas internacionalmente que conduzam ao restabelecimento da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos na Venezuela. São medidas flexíveis e reversíveis, concebidas de forma a não prejudicar a população venezuelana", volta a salientar a União Europeia.
Sublinhando que "o povo da Venezuela continua a enfrentar uma situação dramática", cujo impacto regional "não tem precedentes", a chefe de diplomacia europeia sustenta que "dar resposta à emergência humanitária e social na Venezuela é urgente e já vem tarde", anunciando então a celebração de uma conferência internacional em Bruxelas dentro de um mês.
"A UE considera vital o aumento e aceleração de uma assistência coordenada, tanto dentro como fora do país. Nesse contexto, a UE vai organizar uma Conferência de Solidariedade Internacional para os Refugiados Venezuelanos e Crise Migratória, em Bruxelas, no final de outubro, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e com a Organização Internacional para as Migrações", anuncia Mogherini.