Suspeito de massacre em sinagoga de Pittsburgh declara-se inocente
Robert Bowers apresentou-se em tribunal para início das audiências preliminares depois do ataque que fez 11 mortos
O homem detido e acusado de ser o autor do tiroteio que no sábado passado (27 de outubro) matou 11 pessoas numa sinagoga de Pittsburgh, nos EUA, declarou-se esta quinta-feira não culpado, perante um tribunal federal.
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Robert Bowers, de 46 anos, enfrenta 44 acusações e arrisca mesmo ser condenado à pena de morte, autorizada no estado da Pensilvânia. Em tribunal, o suspeito não se pronunciou, exceto para dizer que entendeu as acusações que pendem sobre ele. Coube ao seu advogado apresentar uma declaração escrita na qual Bowers se declara inocente.
O homem, de raça branca, com empregos passados como motorista de camião e morador nos subúrbios de Pittsburgh, foi detido na manhã se sábado após o ataque à sinagoga Árvore da Vida, no bairro de Squirrel Hill, que tem uma das maiores comunidades judaicas da Pensilvânia.
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De acordo com testemunhas, Bowers entrou no templo armado com várias armas, entre elas uma espingarda semiautomática AR-15 e três pistolas Glock 57, e terá gritado insultos antissemitas durante o ataque, que se prolongou por 20 minutos, numa manhã em que se realizava um batizado no local.
Quando tentou sair, foi intercetado pela Swat, a polícia de elite americana, tendo ficado ferido na troca de tiros com a polícia, antes de ser detido.
Na passada segunda-feira (29), Robert Bowers já tinha sido presente pela primeira vez a tribunal, quando um juiz federal norte-americano lhe decretou prisão sem fiança enquanto decorrer o julgamento.
Segundo o The New York Times, o homem detido usou durante meses as redes sociais para disseminar mensagens racistas, chamando os imigrantes de "invasores" e afirmando que os judeus eram os "inimigos dos brancos".
Na terça-feira (30), o presidente dos EUA, Donald Trump, visitou a sinagoga onde o crime ocorreu e acendeu velas para as 11 pessoas assassinadas em Pittsburgh. Trump e a primeira-dama, Melania, colocaram ainda do lado de fora do prédio uma pedra para cada um dos mortos, uma tradição judaica, e depositaram rosas brancas a poucos metros de onde o atirador abriu fogo. A visita, no entanto, suscitou vários protestos entre a comunidade local, com protestantes a lembrarem a ligação de Trump a supremacistas brancos.