Governo húngaro diz que Martin Schulz é a "voz que recorda a de Hitler"
"Desde Adolf Hitler que a Europa central não recebia um ultimato como este", denuncia o chefe do gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, Janos Lazar
O Governo húngaro comparou hoje com as ideias de Adolf Hitler a sugestão do líder social-democrata alemão sobre a exclusão da União europeia (UE) dos países que não pretendam participar no projeto federal dos "Estados Unidos da Europa".
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Janos Lazar, chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, advertiu que a Hungria não pretende prescindir de nenhum dos poderes nacionais que atualmente mantém no âmbito da legislação da UE em vigor, numa resposta ao líder social-democrata alemão, Martin Schulz.
"Desde Adolf Hitler que a Europa central não recebia um ultimato como este", denunciou.
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Em paralelo, Laszlo Surjan, um antigo vice-presidente húngaro do Parlamento europeu, definiu como "inaceitável" a agressividade de Schulz, acrescentando "ser a voz que recorda a de Adolf Hitler".
A Hungria foi aliada da Alemanha no decurso da Segunda Guerra Mundial, mas Hitler invadiu o país em 1944 quando Budapeste tentava um armistício com os Aliados.
Na semana passada, Schulz defendeu a ideia de avançar em direção aos "Estados Unidos da Europa" até 2025 através de um acordo constitucional e considerou que os países que não pretendam este arranjo federal devem abandonar de forma imediata a UE.
Numa referência ao futuro da União, Schulz defendeu um orçamento comum, um ministro das Finanças para a zona euro e um "quadro europeu" sobre salários, e ainda a formação "dos Estados Unidos da Europa para 2025".
Entre os temas essenciais que deverão ser abordados a nível comunitário, o líder social-democrata alemão fez referência à defesa e segurança, alterações climáticas, migração e refugiados, e a política fiscal.
Schulz e o Governo húngaro esgrimiram críticas nos últimos anos, em particular sobre o tema dos valores europeus e a questão dos refugiados e as políticas europeias de imigração.