Itália com novo recorde de mortes este domingo e hospitais em crise
Com 368 mortes nas últimas 24 horas, o maior número num só dia desde que a pandemia ali chegou, a Itália soma já um total de 1809 mortes por covid-19, enquanto a crise se vai instalando nos hospitais do país
Com os números de mortes e de casos a disparar no país - só neste domingo registaram-se mais 3590 novos doentes - a Itália soma agora um total de 24.747 casos identificados de covid-19, e a crise começa a instalar-se nos hospitais, onde os profissionais de saúde lutam contra a falta de recursos e de equipamentos para poder dar resposta à crise que nada parece travar
"Estamos perto de chegar a um ponto em que já não poderemos salvar as pessoas porque ficaremos sem camas nos serviços de cuidados intensivos", alertou o governador da região da Lombardia, Attilio Fontana, citado pela AFP, sublinhando que a situação continua a gravar-se. "Precisamos de equipamentos de ventilação para respiração artificial e infelizmente não conseguimos encontrá-los", lamentou.
A Lombardia está entretanto para receber novos ventiladores vindos de outros países, adiantou Attilio Fontana. "Assim que chegarem, estaremos prontos para a luta", sublinhou.
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A luta, entretanto, afigura-se dura e, ao que tudo indica, ainda deverá ser prolongada. Para já ninguém arrisca estimar um fim para a crise pandémica, mas os especialistas sabem que ele não está exatamente próximo.
Massimo Galli, que dirige o serviço de doenças infectocontagiosas do Hospital Sacco, em Milão, é um dos que está preocupado com os contornos da epidemia, acreditando que "poderão não bastar três meses para resolver a situação", como afirmou ao jornal italiano Corriere della Sera.
Para o especialista, o que está sobretudo em causa na solução da epidemia, para além de equipamentos e profissionais em número suficiente para de dar resposta no terreno, é conseguir-se sinalizar todos os contactos dos primeiros infetados e seguir todas as cadeias de transmissão, para se poder travá-las.
Isso, para já, ainda não está a acontecer. E o mesmo se pode dizer dos efeitos das medidas extremas de quarentena que o governo italiano tem em vigor há sete dias. Apesar disso, os números de infetados continuam a subir