"Isso é revoltante". Porta-voz da Casa Branca critica jornalistas e defende Trump
Os jornalistas desafiaram Sarah Sanders a revelar quais os media que foram catalogados como inimigos dos americanos, mas a assessora do presidente falou em revolta quando responsabilizam Trump pelos atentados dos últimos dias
Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, entrou esta segunda-feira num confronto verbal com os jornalistas quando confrontada com o Twitter que o presidente Donald Trump publicou logo pela manhã, no qual afirmou existir "muita raiva" nos Estados Unidos "causada em parte por relatos imprecisos e até mesmo fraudulentos", razão pela qual considerou "os media de notícias falsas" como "os verdadeiros inimigos do povo".
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Esta declaração não caiu bem nos media americanos, ainda para mais alguns dias depois do tiroteio numa sinagoga de Pittsburgh, a uma loja no Kentucky e das recentes cartas-bomba enviadas aos críticos do presidente dos Estados Unidos.
Sanders afirmou que Trump está "a tentar unir o país", tendo um dos jornalistas presentes na conferência de imprensa questionado por que razão se fazem esses ataques. A porta-voz da Casa Branca acabou por corroborar o Twitter publicado por Trump. "A primeira coisa que o presidente fez foi condenar esses ataques. A primeira coisa que os media fizeram foi culpar o presidente e acusaram-no de ser responsável por aqueles atos ridículos. Isso é revoltante", afirmou.
O jornalista voltou à carga questionado por que razão o presidente sugeriu que seria a imprensa a responsável por esses atentados, tendo Sanders. "Nada disso, o presidente não está a atribuir culpas, mas o presidente não é responsável por esses atos", sublinhou.
As perguntas não se ficaram por aí, pois foi questionada sobre o que é necessário fazer para acabar com esse género de atentados, que têm afetado os Estados Unidos. "Se tivéssemos uma boa solução para isso, todas as pessoas no país iriam defendê-la. Se alguém souber a solução, a administração será toda ouvidos", acrescentou.
Sobre o termo inimigo atribuído à imprensa, Sarah Sanders garantiu que Donald Trump "não se referiu a todos os media". "Ele falava sobre o crescimento das notícias falsas no país, foi a isso que o presidente se referiu", sublinhou, recusando-se a esclarecer quais os órgãos de comunicação a que se referia como "inimigos do povo" e se isso inclui aqueles que receberam cartas-bomba. "Não acredito que seja necessário especificar, fazer uma generalização sobre este tema. Acho que o presidente referia-se a algumas pessoas", frisou, acrescentando: "É irresponsável para um órgão atribuir responsabilidades ao presidente pelo envio de cartas-bomba. Considero que foi chocante e irresponsável."