Das bandeiras à Bíblia, da jovem poeta à segurança: guia para a posse de Biden
Joe Biden chega à Casa Branca num dos momentos mais difíceis para os EUA e escolheu "a união" como lema para a sua tomada de posse, que decorre hoje em Washington.
Em vez dos 200 mil bilhetes normalmente distribuídos, só haverá este ano mil pessoas a assistir presencialmente à tomada de posse por causa da covid-19. Donald Trump será o primeiro presidente em quase 150 anos a faltar à tomada de posse do sucessor. A cerimónia na qual Joe Biden jura como presidente, antes de fazer o discurso inaugural, e Kamala Harris como vice-presidente começa pelas 11.30 locais (16.30 em Lisboa).
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Bandeiras
O pano de fundo da 59.ª cerimónia de tomada de posse presidencial serão cinco bandeiras de 7,2 metros, colocadas entre as colunas da fachada oeste do Capitólio, fabricadas pela Dixie Flag and Banner Company. Simbolizam a história e união dos EUA.

As bandeiras na frente do Capitólio.
© EPA/Patrick Semansky / POOL
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Duas bandeiras Betsy Ross: Com 13 faixas e 13 estrelas em círculo que representam as 13 colónias originais que se rebelaram contra a Coroa Britânica e se tornaram nos primeiros estados da União em 1776.
Duas bandeiras de 13 estrelas: a primeira bandeira oficial dos EUA, adotada pelo Congresso em 1777, que só o primeiro presidente, George Washington, usou, já que em 1795 a bandeira passou a ter 15 estrelas. Será também uma forma de homenagear Biden, que é da Pensilvânia, uma das 13 colónias originais.
Uma bandeira de 50 estrelas: a que foi criada a pedido de Dwight D. Eisenhower após a entrada do Havai na União, em 1959. Biden será o 13.º presidente a servir sob esta bandeira.

O mar de bandeiras, com o Capitólio ao fundo.
© EPA/JUSTIN LANE
Será ainda instalado, no National Mall, um "campo de bandeiras" que terá 191 500 bandeiras dos EUA e de todos os territórios do país e 56 pilares de luz que vão representar os norte-americanos que não podem viajar para Washington para assistir à cerimónia, por causa da pandemia de covid-19.

Milhares de bandeiras e holofotes substituem a multidão.
© EPA/JUSTIN LANE
Cerimónia
O juramento de Biden é conduzido pelo juiz-presidente do Supremo Tribunal dos EUA, John Roberts. O de Kamala pela juíza Sonia Sottomayor, a primeira latina a chegar ao Supremo.
Bíblia: Biden irá jurar o cargo colocando a mão esquerda sobre a Bíblia que está na sua família desde 1893. A mesma que usou em todas as tomadas de posse que fez até agora, incluindo duas vezes como vice-presidente. Tem quase 13 centímetros de espessura e uma cruz celta (a família é de origem irlandesa) na capa.

A tomada de posse como vice-presidente em 2013. Irá usar novamente a Biblia da família para o juramento.
© STAN HONDA / AFP
Invocação: Padre Leo J. O"Donovan, jesuíta e amigo de longa data dos Biden.
Juramento de fidelidade: É lido pela bombeira Andrea Hall, a primeira mulher negra a ser promovida a capitã no Departamento de Fulton County, na Geórgia
Hino Nacional: Será cantado por Lady Gaga, que tem um longo currículo como ativista e durante a administração de Barack Obama trabalhou na campanha "It"s On Us" sobre violência sexual nas universidades.

Lady Gaga, que participou na campanha, cantará o hino.
© Drew Angerer/Getty Images/AFP
Poesia: Amanda Gorman, poeta afro-americana de 22 anos, a primeira a receber em 2017 o National Youth Poet Laureate, que distingue jovens promessas da poesia, vai declamar um poema.

A poeta Amanda Gorman irá também participar na cerimónia.
© Astrid Stawiarz / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Música: Atuação de Jennifer Lopez, uma das mais influentes artistas latinas nos EUA que tem denunciado o impacto desproporcional que o coronavírus tem tido entre os latinos.

Jennifer Lopez, que atuou na festa da passagem do ano em Nova Iorque, é outra das estrelas da posse.
© EPA/GARY HERSHORN POOL
Bênção: Reverendo Dr. Silvester Beaman, pastor da Igreja Episcopal Metodista Africana de Betel de Wilmington, no Delaware, onde os Biden vivem.
Após a cerimónia
Biden passa revista às tropas no lado leste do Capitólio (oposto ao palco). O tradicional almoço oferecido pelo Congresso foi cancelado.

Revista às tropas.
© EPA/JUSTIN LANE

Revista às tropas.
© EPA/JUSTIN LANE
Escolta militar: Presidente e vice-presidente, junto com a primeira-dama Jill Biden e o segundo-cavalheiro Doug Emhoff, são levados até à Casa Branca. A tradicional parada pela avenida da Pensilvânia será substituída por uma parada virtual, transmitida pela televisão.
Antes de chegar à Casa Branca, os quatro fazem um desvio para visitar o cemitério de Arlington e depositam uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido. Vão acompanhados dos ex-presidentes e primeiras-damas, Barack e Michelle Obama, George W. e Laura Bush e Bill e Hillary Clinton.

Trump depois de depositar uma coroa de flores no monumento ao soldado desconhecido, no cemitério de Arlington, no dia dos Veteranos.
© EPA/Chris Kleponis / POOL Largura :
Bailes: Os tradicionais bailes da noite da tomada de posse foram cancelados. Em vez disso, o dia vai acabar com o evento "Celebrar a América", que será transmitido a partir das 20:30 locais (01:30 de dia 21 em Lisboa) na televisão e durará 90 minutos. O programa será apresentado pelo ator Tom Hanks, mas contará também com a presença de Eva Longoria ou Kerry Washington, além de atuações musicais de, entre outros, Jon Bon Jovi, Demi Lovato, Justin Timberlake, Ant Clemons, Foo Fighters, John Legend e Bruce Springsteen.

Joe e Jill Biden num dos bailes após a tomada de posse de Obama, em 2013. Desta vez não haverá bailes.
© JEWEL SAMAD / AFP
Segurança reforçada
Cerca de 25 mil elementos da Guarda Nacional estão destacados para a capital dos EUA.

Guarda Nacional Armada em Washington.
© EPA/JUSTIN LANE
Washington D.C. vai continuar sob estado de emergência, imposto após o ataque ao Capitólio, que está totalmente vedado.
O FBI avisou para possíveis protestos com manifestantes armados tanto em Washington, como nas capitais dos 50 estados.
Ao contrário do que tem sido uma tradição para Biden, e por uma questão de segurança, o presidente não viajou desde Wilmington para Washington de comboio. Este foi o meio de transporte que sempre usou durante a sua carreira de 36 anos como senador e que usou para voltar a casa no seu último dia como vice-presidente, em 2017.

Em 2009, os Obama juntaram-se aos Biden na viagem de comboio entre Wilmington e Washington, antes da tomada de posse.
© TIMOTHY A. CLARY / AFP
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