Tsipras telefonou a Merkel e Hollande. E a conversa não foi cordial
Primeiro-ministro grego falou com líderes da Alemanha e da França. Recusou a ideia que o referendo ao acordo com credores seja a porta de saída do país do euro.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, falou esta tarde por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o Presidente francês, François Hollande, noticia o canal de televisão grego Mega TV, citado pelo britânico Guardian.
Relacionados
A conversa não terá sido particularmente cordial. Merkel sustentou que a decisão do governo grego de referendar o acordo com os credores se resume a uma decisão "entre o euro e o dracma", ou seja, sair ou ficar na moeda única. Uma ideia que Tsipras recusou.
"Não, não é. Este é o berço da democracia. Somos um país soberano e não aceitamos que nos seja imposto que pergunta faremos no referendo. Este referendo ocorrerá independentemente de qualquer decisão o Eurogrupo", respondeu Tsipras, de acordo com o referido canal de TV grego.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
A conversa decorreu numa altura em que o encontro de ministros das Finanças da zona euro retomavam a reunião sem Yanis Varoufakis.
O governante grego saiu da reunião após o Eurogrupo ter rejeitado o pedido para estender o programa de resgate à Grécia - algo que o governo de Tsipras pretendia para poder ter tempo para preparar o referendo de dia 5 de julho sem entrar em incumprimento nos pagamentos da dívida. Uma decisão que foi classificada pelo ministro grego das Finanças como "um mau dia para a Europa"
Yanis Varoufakis fez no entanto questão de acrescentar que "há ainda tempo" para tentar chegar a um acordo entre o seu país e os credores. Ideia que foi depois reforçada pelo ministro das Finanças francês, Michel Sapin, que no fim da segunda parte da reunião do Eurogrupo afirmou que o seu país está disponível para reiniciar conversações a qualquer momento.
"Ninguém, muito menos França, quer Grexit", disse Sapin, utilizando a expressão commumente usada para referir a saída da Grécia do euro. "Esta tarde falámos sobre questões da solvência dos bancos, nas não sobre o Grexit", reforçou.
Neste clima de instabilidade, muitos gregos dirigiram-se este sábado às caixas multibanco para tentar levantar dinheiro. Pelo menos 400 milhões de euros sairam das máquinas automáticas desde que Tsipras anunciou a intenção de fazer o referendo, segundo a Mega TV.