Portugal aguarda resultado de negociações do Quarteto
Portugal vai aguardar "até ao final" o resultado das negociações do Quarteto sobre o processo de paz israelo-palestiniano, e só depois decidirá a posição a adoptar no Conselho de Segurança sobre o reconhecimento da Palestina, disse o primeiro-ministro.
"Temos alguma expectativa de que o trabalho ao nível do Quarteto possa ser bem sucedido", disse o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho à saída de um encontro com o seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, à margem do debate anual da Assembleia Geral das Nações Unidas.
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Passos Coelho tem previsto um encontro com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, na sexta-feira, dia em que a Palestina entregará formalmente ao Conselho de Segurança, de que Portugal é membro, o seu pedido de reconhecimento como membro de pleno direito da organização internacional, a que Israel, Washington e aliados se opõem.
O Quarteto para a Paz no Médio Oriente, que integra a União Europeia, Rússia, Estados Unidos e Nações Unidas, prossegue negociações de última hora sobre uma declaração que permita relançar o processo de paz.
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A Netanyahu, Passos deixou a mensagem de que "Portugal continua a apostar numa solução negociada que possa trazer paz e segurança para a região"
"Portugal não tem tido posição unilateral neste processo, tem-se mantido engajado numa posição comum europeia", afirmou.
A unidade europeia será testada depois de o pedido palestiniano ser entregue ao Conselho de Segurança, uma vez que Portugal, França, Reino Unido e Alemanha vão ter de pronunciar-se sobre o mesmo num comité especializado, e a sua posição será essencial para que a resolução chegue a votação.
"Aguardamos até ao final o resultado destas negociações. Não damos por garantida a posição de Portugal à partida, na medida em que é importante que todos os parceiros que estão envolvidos nestas negociações saibam que não tem resultados garantidos à partida, sobretudo ao nível do Conselho de Segurança", disse o primeiro-ministro.
Portugal é membro do órgão de segurança da ONU desde janeiro e até final de 2012.
Para Passos, a Autoridade Palestiniana "sabe o quão importante será manter o apoio da União Europeia" e este depende de os "palestinianos estarem disponíveis para voltar às negociações".
Em Nova Iorque, o primeiro-ministro vai manter uma ronda de contactos bilaterais preenchida, que começou hoje com Colômbia, Moçambique, Israel e Líbia.
Sexta-feira esta ronda prossegue com Sérvia, Autoridade Palestiniana, Sudão do Sul, Qatar e Cabo Verde.
Para Passos Coelho, são contactos importantes "para reforçar a imagem de credibilidade de Portugal na cena internacional, da aposta para ultrapassar as dificuldades orçamentais de divida publica e externa e a capacidade para fazer reformas estruturais que tragam novamente um período de crescimento e criação de emprego".