Plano de transição para a Síria anunciado em Genebra
Um acordo sobre os princípios e as linhas diretrizes de uma transição na Síria foi alcançado hoje em Genebra durante a reunião do grupo de contacto sobre o conflito, anunciou Kofi Annan.
O emissário especial das Nações Unidas para a Síria, Kofi Annan, leu hoje um comunicado final que prevê que o Governo de transição na Síria poderá incluir membros do atual regime de Bachar al-Assad.
Os participantes neste encontro "indentificaram as etapas e as medidas a tomar pelas partes envolvidas no processo para garantir a aplicação completa do plano de paz de seis pontos [de Annan] e das resoluções 2042 e 2043 do Conselho de Segurança" das Nações Unidas.
No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, avisou desde logo que "a forma como o trabalho de transição (...) é conduzido e será decidido pelos próprios sírios". Na mesma tecla insistiu o chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi, sublinhando que "as pessoas do exterior não podem tomar decisões pelo povo sírio".
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Os Estados Unidos, por seu lado, indicaram que tencionam levar este plano de transição ao Conselho de Segurança da ONU, onde, até agora, Rússia e China, precisamente, têm bloqueado uma resolução que abra caminho à saída do poder do atual Presidente sírio, Bachar al-Assad.
Num discurso pronunciado na abertura da reunião, Annan afirmou que as mortes na Síria "não serão apenas consequências dos atos de assassinos", mas também da "incapacidade [da comunidade internacional] para ultrapassar divisões".
"Sem a vossa união, sem uma solução comum e a vossa ação no presente, ninguém poderá ganhar e todo o mundo vai ficar, de alguma maneira, a perder", afirmou Annan. "A História irá julgar-nos severamente se formos incapazes de tomar hoje a direção correta. Os riscos de falharmos no trabalho em conjunto são evidentes e os benefícios de seguir a mesma via são claros", acrescentou.
Desde o início do conflito na Síria, mais de 15 mil pessoas já perderam a vida.