Governo angolano condena escalada de violência na RDCongo
O Governo angolano condenou hoje a escalada de violência na República Democrática do Congo, considerando que põe em causa a paz, a estabilidade e a segurança regionais, refere o executivo em comunicado.
O Governo angolano afirma que está a acompanhar "com muita preocupação" a evolução no Leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde os rebeldes do M23 consolidaram hoje o controlo da cidade de Goma.
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"O Governo de Angola considera que tais ações de natureza militar são incompatíveis com o princípio da resolução pacífica dos conflitos, tendo principalmente em conta que a RDCongo realizou recentemente eleições democráticas, cujos resultados foram reconhecidos por toda a comunidade internacional", refere o texto.
As autoridades angolanas, acrescenta o comunicado, condenam "com veemência a escalada de violência que se verifica no país vizinho, que coloca em perigo a paz, a estabilidade e a segurança regional, em particular na região dos Grandes Lagos, indispensáveis para se solucionarem os problemas de natureza social, política e económica aí existentes".
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O Governo angolano defende que a "soberania e integridade territorial" do país "devem ser respeitadas e preservadas" e apela ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que "tomem as medidas apropriadas para pôr termo à investida belicista das forças rebeldes, de modo a que se instaure um clima favorável à resolução dos alegados problemas que se encontram na base do atual conflito armado".
O comunicado do Governo angolano surge no dia em que o Presidente José Eduardo dos Santos recebeu em Luanda o embaixador Antoine Ghonda, enviado Presidente congolês, Joseph Kabila.
" saída da audiência com Eduardo dos Santos, Antoine Ghonda, disse, citado pela agência noticiosa Angop, que o encontro serviu para fazer o ponto de situação sobre o conflito na RDCongo, particularmente na sua região leste, que considerou de "muito difícil".
Explicou que o Presidente Kabila pretendeu obter conselhos de José Eduardo dos Santos para encontrar uma solução para a atual crise.
"É uma rebelião sustentada por países vizinhos, Ruanda e Uganda, e, por isso, o Presidente Kabila está em Kampala, para conversar diretamente com os apoiantes da rebelião", afirmou Antoine Ghonda.
Desde maio, a província do Kivu Norte, no oeste da RDCongo, próximo da fronteira com o Ruanda, é palco de confrontos entre o exército congolês e o movimento de soldados rebeldes M23. Hoje os rebeldes assumiram o controlo da cidade de Goma.
O M23, formado por membros de um grupo rebelde de etnia tutsi, amotinou-se em abril depois do fracasso do acordo de paz de 2009 que previa a integração no exército regular congolês.
A República Democrática do Congo e a ONU acusam o Ruanda e Uganda de apoiarem os rebeldes. O Ruanda acusa a RDCongo de apoiar os rebeldes ruandeses e desmente qualquer ligação aos rebeldes do M23.