PNR critica política de "imigração de porta aberta"
O presidente do Partido Nacional Renovador (PNR) apresenta-se na corrida às legislativas de 05 de Junho propondo a reposição das fronteiras, o proteccionismo à produção e às famílias portuguesas e com críticas à "imigração de porta aberta".
"O nosso caminho é de proteccionismo, de apoio às empresas portuguesas, ao comércio tradicional, que está pelas ruas da amargura, ao trabalhador e à família portuguesa. Isso não é possível num País onde a fiscalidade é surrealista. Somos sufocados com cargas fiscais que não têm qualquer paralelo com o que os portugueses ganham", disse, em entrevista à Agência Lusa.
Para Pinto Coelho, há que "repor as fronteiras, taxar os produtos vindos de fora, sobretudo aqueles que vêm do mercado hipócrita - da China, que todos sabemos que são concorrência desleal, fabricados com mão de obra escrava, que o Ocidente tanto se insurge, mas cinicamente apoia, em nome do lucro".
"Voltar a cultivar os campos, ganhar soberania na nossa ZEE (Zona Económica Exclusiva) do Mar, que está a ser usufruída pelos espanhóis, e renegociar tudo o que seja possível com a UE a nosso favor", são outras ideias preconizadas pelo PNR para "proteger a produção nacional", também através da baixa de impostos sobre rendimento (IRS e IRC) e apoios a "quem quer ser empreendedor no sector primário e secundário", além de atenções especiais "à família e à maternidade" e ao "interior do país que está cada vez mais despovoado".
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Por outro lado, o PNR mostra-se "contra as políticas suicidas de imigração de porta aberta" e "subsídio-dependência", à excepção dos estrangeiros que se encontram em Portugal "por bem, a trabalhar", em virtude de considerar que o "multiculturalismo destrói a identidade" e gera tensões sociais.
"Nós estamos a importar maciçamente imigração de modo descontrolado e a conferir-lhes nacionalidade portuguesa de modo administrativo. O PNR advoga o 'jus-sanguinis', ou seja, é português quem é filho de português. Não é por um cão nascer numa capoeira que passa a ser galinha, cão é cão, nasça onde nascer", afirmou Pinto Coelho.
Pinto Coelho acredita num crescimento "substancial" dos votos no PNR, mas reiterou as dificuldades sentidas pelo partido em dar-se a conhecer aos eleitores devido às "migalhas de tempo de antena", apontando um "ciclo vicioso": "como não temos voz, não temos votos".
"No dia em que o PNR entre na Assembleia da República e esteja de igual para igual com os outros partidos no acesso à Comunicação Social, não tenho dúvidas de que o crescimento não para mais. A partir desse dia, os Portugueses passam a conhecer o PNR e vai ser crescer sem parar", afirmou.
O PNR, que obteve 11.503 votos (0,2 por cento) nas eleições legislativas de 2009, concorre agora com listas em todos os 22 círculos eleitorais, mas sublinha que o "regime e os partidos do arco do Poder" estão "podres", já "tiraram o que tinham a tirar" e que, "se fosse há 25 ou 35 anos atrás, já tinha havido uma revolução", sugerindo uma "mudança de regime, de modo pacífico, para correr com estes políticos todos que nos têm desgovernado".