Paulo Macedo: o problema de Portugal prende-se com a dívida pública
Nos últimos anos houve uma inflexão do comportamento dos privados: da dívida para a poupança.
Agora é a altura para investir na sustentabilidade. Esta é a opinião de Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD). E a explicação é simples. Por um lado é inegável que a sustentabilidade é necessária ao desenvolvimento do país. A par da competitividade das empresas. De todas as empresas, porque, como lembra o executivo, Portugal tem um pequeno problema com as grandes organizações. Com o crescimento das médias empresas e a sua passagem para a fase seguinte. Sendo que são estas quem mais aposta quer em ter valor acrescentado (não só nos produtos, mas, também, nos recursos humanos), na sustentabilidade e na inovação.
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As declarações foram feitas esta quinta-feira na conferência "Pandemia, e depois? A sustentabilidade como resposta". Um evento que, por um lado pretende servir de comemoração aos 20 anos de existência do grupo BEL, mas também um momento de reflexão sobre o que vai mudar no mundo e que caminho teremos de tomar.

Marco Galinha (CEO) durante a conferência que decorreu no âmbito do 20.º aniversário do grupo BEL.
© Leonardo Negrão/Global Imagens
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Agora é talvez a melhor altura para investir. Porque o mercado regista as taxas de juro mais baixas de sempre com acesso a financiamento com expectativa de valores negativos a médio prazo. As previsões apontam para uma manutenção da situação pelo menos durante mais dois a três anos, referiu ainda o presidente executivo da CGD.
Mas há mais boas notícias. Como lembrou Paulo Macedo, a dívida dos privados em Portugal é ligeiramente abaixo da média europeia. O "nosso" problema prende-se com a dívida pública. A juntar a isto está o facto de ainda estarmos muito longe do objetivo de ter dois a três por cento dos investimentos alocados à inovação. E isso é importante porque não basta falar de sustentabilidade verde. "É também preciso ter sustentabilidade económica", afirmou Paulo Macedo.