Facebook processado nos EUA pela compra do Instagram e WhatsApp. "Sufoco" da concorrência em causa
Facebook é acusado pela autoridade do comércio e por 48 estados nos EUA de práticas anticoncorrenciais pela compra de rivais como WhatsApp e Instagram, em 2014 e 2012, respetivamente.
Chegou tarde, mas chegou. Em abril de 2012 o Facebook, liderado por Mark Zuckerberg, comprava por cerca de mil milhões de dólares a rede social rival que apostava em fotografia, Instagram. Dois anos mais tarde, em fevereiro de 2014, a empresa que lidera a maior rede social do planeta comprava o serviço de mensagens WhatsApp por 19,3 mil milhões de dólares.
O valor avultado pelo WhatsApp seria considerado anos mais tarde, por Mark Zuckerberg como "barato" para aquilo que o Facebook tirou do negócio - como referimos num dos episódios do nosso podcast Inside Web Summit.
Agora, oito anos (no caso do Instagram) e seis anos (no caso do WhatsApp) depois da compra, a autoridade para o comércio dos EUA, FTC (Federal Trade Commission) abriu um processo de anticoncorrência contra o Facebook, indicando que a rede social se envolve há vários anos "em comportamento anticompetitivos" ao adquirir rivais.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Os reguladores admitem mesmo desfazer as aquisições do Instagram e do WhatsApp e exigir aprovações mais restritas para negócios futuros.
Apesar de não ser primeira vez que o Facebook está a contas com a FTC, esta é a primeira vez que a empresa enfrenta acusações de anticoncorrência do regulador, que abriu uma investigação sobre a empresa no ano passado.
O processo levou a que procuradores-gerais de 48 estados nos EUA, liderados pela procuradora de Nova Iorque, Letitia James, também entrassem com ações regionais de anticoncorrência, afirmando que o Facebook sufocou ilegalmente a concorrência.
We're reviewing the complaints & will have more to say soon. Years after the FTC cleared our acquisitions, the government now wants a do-over with no regard for the impact that precedent would have on the broader business community or the people who choose our products every day.
No Twitter, o Facebook deixou só uma mensagem a indicar que está a verificar as acusações e lembra que o próprio FTC aprovou as compras há vários anos.
João Tomé é jornalista do DInheiro Vivo