EDP já foi notificada de que é constituída arguida
A elétrica é constituída arguida no processo das rendas excessivas. Ex-secretário de Estado da Energia também vai ser ouvido como arguido.
A EDP confirmou esta segunda-feira já foi formalmente notificada de que vai ser constituída arguida por suspeitas de corrupção num processo que envolve o ex-secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.
O Ministério Público suspeita que o antigo governante beneficiou a EDP e que esta, em troca, propôs o nome de Artur Trindade para presidente do OMIP, o operador do mercado ibérico de eletricidade.
Outra suspeita prende-se com a contratação do pai de Artur Trindade para exercer funções como assessor da elétrica.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
"A EDP já foi notificada", disse fonte oficial da elétrica, que se escusou a prestar comentários sobre o processo.
A confirmação fez acentuar as perdas das ações da EDP. A elétrica fechou a cair 2,47% para 4,424 euros.
A RTP noticiou no domingo que a elétrica iria ser constituída arguida, bem como o ex-secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, por suspeitas de corrupção.
Artur Trindade escusou-se a comentar o processo. O ex-secretário de Estado do Governo de Passos Coelho vai ser constituído arguido por suspeitas de corrupção passiva por alegadamente ter beneficiado a EDP.
O antigo governante arrisca suspensão de funções de operador do mercado ibérico, segundo a RTP.
Quanto ao processo sobre as rendas excessivas - Contratos de Aquisição de Energia/ Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual - inclui entre os arguidos António Mexia, presidente da EDP, João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis e Manuel Pinho, ex-ministro da Economia.
Na semana passada, Mexia e Manso Neto viram-se afastados dos respetivos cargos. Foram ainda proibidos de entrarem nos edifícios das companhias, no âmbito das medidas de coação decididas pelo juiz Carlos Alexandre.
Mexia e Manso Neto são suspeitos de terem corrompido Artur Trindade ao contratarem o seu pai, em 2013, como consultor no Comité de Acompanhamento das Autarquias, noticiou o Público. O pai de Artur Trindade era o único membro do comité com essa qualidade.
Artur Trindade exerceu funções como secretário de Estado entre 2012 e 2015.
Há oito anos que o DCIAP-Departamento Central de Investigação e Ação Penal investiga o processo das rendas excessivas, em que a EDP terá alegadamente beneficiado de legislação relativamente aos CMEC.
Elisabete Tavares é jornalista do DInheiro Vivo