Vento dificultou primeiro dia de Cliff Diving mas houve espectáculo
Vencedor de 2017, Orlando Duque lesionou-se antes da competição que é liderada pelo polaco Kris Kolanus, com a australiana Rhiannan Iffland a dominar nas senhoras. Finais realizam-se este sábado
O primeiro dia de Cliff Diving nos Açores foi bastante desafiante para os 24 atletas, com o vento a elevar o grau de dificuldade num desafio único nesta competição. No entanto, esse nem foi o principal problema para o vencedor do ano passado. O veterano de 44 anos, Orlando Duque escorregou na zona de descanso dos atletas e sofreu uma luxação num dedo da mão. Sendo um dos atletas mais acarinhados e respeitados do circuito, não é a mesma coisa não ter Duque, mas houve muito espectáculo.
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Em 2012, o ilhéu de Vila Franca do Campo foi descoberto por um conjunto de atletas que desafia a gravidade sem medo, saltando das rochas a mais de 20 metros de altura, do mais puro que há neste campeonato tão peculiar. O Cliff Diving pode passar por diferentes locais, mas nenhum é como o de São Miguel, nos Açores, pois só aqui se pode saltar diretamente da rocha.
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As plataformas estão lá montadas, a 27 e 21 metros de altura. Porém, a oportunidade de imitar os primórdios deste desporto, então muito longe de imaginar que se tornaria numa competição, é o que mais atrai os atletas, que praticam um pouco de rappel até ao pequeno espaço natural que os permite colocar na posição desejada para o salto. A margem de erro não é muito, já a adrenalina é enorme e o espetáculo leva sempre muitos de barco, motos de água e até canoas até junto do ilhéu para assistir a um evento sem igual, principalmente no dia da final, que é já este sábado.
A particularidade de se poder saltar da rocha é algo que colocou os Açores como uma das paragens preferidas dos participantes. O discurso é comum a todos. Homens e mulheres. "Não há local como este", salientou Gary Hunt, que já venceu por duas vezes nos Açores. O britânico considera que uma das particularidades desta etapa do circuito é o facto de ser mais assustador ir para a plataforma do que propriamente saltar.
"Sabemos que esta etapa é a mais desafiante. Temos de lidar com o vento, com o mar. Podemos estar a entrar na água e se há uma mudança podemos estragar centenas de horas de treino. É algo que não podemos controlar", referiu Steven LoBue, atual líder do ranking e vencedor em Bilbau. Porém, acrescentou que seja onde for: "Qualquer salto é assustador, seja onde for. Qualquer um dirá isso. Se não disser, estará a mentir!"
Para Adriana Jimenez, o melhor é "não pensar muito no vento, nas ondas e fazer o melhor que se pode de cada vez". A mexicana que venceu em 2017 considera-se uma privilegiada por estar nesta competição e não pensa tanto em voltar a ganhar, mas sim em desfrutar todos os momentos.
Um troféu em disputa
Mas claro que não se pode afastar completamente da ideia de que há um título em jogo. E Jimenez até ganhou na primeira etapa, nos Estados Unidos, o que faz dela líder do ranking. Após as duas primeiras rondas nos Açores encontra-se na quarta posição, com 122 pontos. A líder é Rhiannan Iffland, a australiana que tomou o circuito como um furacão em 2016. Era um wildcard e não deu hipóteses à concorrência, tendo repetido o título em 2017. Iffland soma 136,5 pontos, com a britânica Jessica Macaulay em segundo com 123,5.
Enquanto para as senhoras a ilha de São Miguel é a segunda paragem este ano, para os homens é a terceira. O polaco Kris Kolanus foi o melhor esta sexta-feira, tendo 171,4 pontos. LoBue, que venceu nos Açores em 2014, soma 167,2, seguindo-se o campeão em título Jonathan Paredes, do México, com 164. Gary Hunt é quinto, com 159,8.
Este sábado, a terceira ronda arranca às 11:30 para as senhoras e às 12:00 para os homens, mas é opcional. Às 12:33 e 12:55 teremos então as esperadas finais para decidir os vencedores da sétima edição do Red Bull Cliff Diving nos Açores.
Historial da etapa nos Açores
2017: Orlando Duque (Col)/Adriana Jimenez (Mex)
2016: Gary Hunt (GB)/Rhiannan Iffland (Aus)
2015: Gary Hunt (GB)/Cesilie Carlton (EUA)
2014: Steven LoBue (EUA)
2013: Gary Hunt (GB)
2012: Artem Silchenko (Rus)