"Fui para o FC Porto porque o Benfica de Vale e Azevedo não tinha dinheiro"
Já não reconhece o Estrela da Amadora do seu tempo...
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O Estrela tem que voltar rapidamente a investir na formação. Não foi por acaso que os melhores tempos do clube coincidiram com o crescimento da formação.
Era muito franzino e fraquinho nas camadas jovens...
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Muito mesmo. As pessoas acreditavam muito mais no meu irmão [Carlos Andrade]. Inclusivamente, fui emprestado ao Massamá por não ter "corpo".
No Estrela foi treinado por Fernando Santos e Jorge Jesus...
Apanhei bons treinadores. O Fernando Santos mudou muito do Estrela para o FC Porto, até na imagem. Na Amadora usava barba e bigode e no
FC Porto ganhou uma imagem mais "limpinha". Além disso, na Reboleira punha-nos a correr de tal maneira que muitos desatavam a vomitar. No
FC Porto já não era assim. O Jorge Jesus estava sempre a perguntar como era possível eu querer ser central se não sabia defender. Então,resolveu o assunto e colocou-me a jogar no meio campo para aprender a defender. E conseguiu.
Lançou-se no FC Porto sendo um dos jogadores mais utilizados por Fernando Santos.
Sim, fui para o FC Porto porque o Benfica de Vale e Azevedo não tinha
dinheiro para me comprar. Quanto ao Sporting, o Ivkovic [ex-guarda-redes do Sporting] chegou a referir o meu nome ao Jozic [treinador] e essa possibilidade foi pensada a sério, mas o clube não mostrou o empenho, sobretudo financeiro, do FC Porto. Lá está, isto também faz a diferença - as apostas que uns fazem e que outros não são capazes de fazer. Eu não era um jogador conhecido. Tanto não era que cheguei ao Porto e os adeptos chamavam-me Paulo Assunção.
Na Corunha viveu os anos de prestígio...
Sim, foram os anos de maior rendimento. E os anos da selecção. O ano
de 2004 foi fantástico: meias-finais da Liga dos Campeões e final do Campeonato da Europa. É um ano inesquecível.
O jogo da sua vida é a final do campeonato da Europa?
Esse e a vitória do Corunha sobre o Milan, em casa, por 4-0, jogo da Champions. Em Milão, tínhamos perdido por 1-4.
Foi recebido na Zarzuela por Juan Carlos I e, em Belém, por Cavaco Silva. Qual foi o momento mais importante?
Em Portugal houve um reconhecimento maior porque estava em causa a nossa selecção e, portanto, foi um momento muito especial, mas apreciei muito o facto do rei de Espanha ter falado comigo em português. Foi uma atenção muito especial.
O melhor balneário?
O da selecção. É uma festa.