16/09/2020Cacau de sangueExclusivoDa escravidão a produto biológico, breve viagem pela história do cacau em São Tomé e Príncipe.
07/09/2020Tailândia sem praia? Sim, é possívelChiang Rai, Chiang Mai e Mae Hong Son. Esta é a Tailândia sem mar nem Banguecoque. Natureza, gastronomia, tradição, religião, ecoturismo e autenticidade. Um outro país que foge aos lugares-comuns.
30/08/2020Jamaica. Muito mais do que reggae e ervaExclusivoHá quase 26 anos, a primeira capa da revista Volta ao Mundo foi a Jamaica. Em novembro de 1994, falava-se de uma ilha onde era "fácil ser enganado". Ou que Kingston, a capital, era "uma mistura fervilhante de Mercedes Benz e mendigos sem abrigo" e que o bairro de Trenchtown era uma das "áreas onde os turistas não deveriam entrar". Mas será que, mais de um quarto de século depois, a ilha das Caraíbas ainda é assim?
27/08/2020Esta semana morreu José Morilhas, um homem bomOntem de manhã, José Morilhas fez tudo o que costumava fazer na sua quinta desta freguesia rural de Palmela. Tomou o pequeno-almoço, foi ao alpendre de casa, olhou para o relvado sempre bem cuidado, soltou a cadelita Luna - que o recebeu eufórica, como sempre - e partiu em direção ao trabalho, que já era há muitos anos um prazer.
24/08/2020Seychelles. Onde é que estavas com a cabeça, Vasco da Gama?Volta ao Mundo. O navegador português identificou as ilhas e continuou para a Índia. Deixou um arquipélago que se tornou paraíso das luas-de-mel, mas que tem muitas mais camadas para descobrir.
16/08/2020Bahia. Aqui nasceu o BrasilO estado brasileiro, que é maior em área do que a Espanha, já não tem apenas sol e praia para oferecer. O turismo transformou vidas e revolucionou o centro histórico de Salvador, a capital. Na baía de Todos-os-Santos as comunidades mostram a sua cultura, numa viagem que até deu programa de televisão.
08/08/2020Antilhas Francesas. Paraíso no ultramarExclusivoA mais de 6500 quilómetros de Paris, dois departamentos ultramarinos franceses mostram como Europa e Caraíbas se podem combinar quase na perfeição. Na Martinica e na Guadalupe, além da praia, da natureza e do rum, há lições de história para absorver todos os dias.
03/08/2020Uma mão-cheia de sonhos nas FilipinasSe um viajante tivesse a possibilidade de passar 24 horas em cada uma das 7100 ilhas das Filipinas, precisaria de praticamente 20 anos para as conhecer. Como a tarefa é quase impossível, escolhemos cinco destinos neste arquipélago - Manila, Cebu, Boracay, Pamalican e Palawan. Cada um com seu encanto.
27/07/2020República Dominicana. Para lá do resort República Dominicana. Sabe bem passar uns dias ao sol, com o cocktail na mão e a pulseira de Tudo Incluído no pulso. A República Dominicana é perfeita para isso, mas fora dos hotéis há ainda um país à espera de ser descoberto: património, natureza, gastronomia e alegria de viver.
11/06/2020De Ses Illete a Nacpan Beach. Cinco praias, cinco sonhosExclusivoComo é que se escolhe as cinco melhores praias onde alguém já esteve? As mais marcantes acabam por estar logo na ponta da língua e só à quarta ou à quinta começa alguma dúvida a surgir. O local onde se encontra, o mar, a areia, a vegetação, o acesso, a companhia com que se estava, o momento da vida, tudo influi na decisão de fazer um top 5 das praias mais bonitas do mundo. Não foi fácil, mas depois de centenas e centenas de viagens em lazer e em trabalho (para a revista Volta ao Mundo), aqui estão elas, as praias da minha vida, fora de Portugal. Em comum todas têm duas características: temperatura da água acima dos 26 graus e enquadramentos naturais que podiam ter sido sonhados. E mais uma coisa: todas elas me deixaram sem palavras quando lá cheguei.
30/03/2020Quatro Estrelas Michelin Foram cinco dias a caminhar entre os 1500 e os 3800 metros de altitude, para cima e para baixo pelos Andes peruanos. À custa de um mosquito e da infeção que causou, os pés já estavam a passar para o azul, depois da vermelhidão e das comichões iniciais. Só doíam ao fim de cada dia do trekking, quando o corpo percebia que era tempo de descansar. A última noite antes de chegar a Aguas Calientes - que hoje se chama Machu Picchu Pueblo - foi passada num baldio de uma pequena aldeia que não sei mesmo se teria nome. Num rés-do-chão com as portas fechadas, Freddy, o guia, montou uma discoteca. A bola de espelhos rodava, a música saía do computador e, na parede, posters de duas impossibilidades por aquelas paragens: Tina Turner e uma praia paradisíaca.
16/03/2020A Sra. Dona Maria HelenaJá sabia quem ela era, mas nunca a tinha visto ao vivo. Estendi a mão quase sem levantar os olhos do chão. A pele marcada e fria dos seus dedos pareceu-me estranha. A cara enrugada, os óculos, o cabelo branco apanhado no topo da cabeça, o sorriso tranquilo deixaram-me mais tranquilo. "Muito prazer", disse-me. Estávamos no 14.º Arrondissement de Paris, na sua casa, onde vivia desde o fim da década de 1930 com o marido, que entretanto já tinha morrido. Pintor, como ela.
10/02/2020É a epidemia, estúpido!A primeira vez que estive em Xangai cheguei a uma quinta e saí num sábado. Se calhar não vi nem 2% da cidade, mas passei várias vezes num cruzamento ali para os lados do Bund, a zona junto ao rio Huangpu. É, provavelmente, a área mais turística da cidade, com os seus arranha-céus iluminados, a marginal e milhares de pessoas a circular.
10/12/2019Os meus 387 eurosLeio no Dinheiro Vivo (28-11-2019) que "os portugueses deverão gastar neste ano uma média de 387 euros em compras de Natal por agregado familiar". Diz a mesma notícia, baseada num estudo da Deloitte, que serão mais nove euros do que em 2018 e que a média europeia é de 461 euros. Tenho muito medo de médias, assustam-me. Se alguém receber cinco mil euros por mês e outra pessoa levar para casa 600, a média de ambos os ordenados é de 2800 euros. Parece simplista, não é? Mas é a verdade dos números.
21/05/2019Mon chéri"Nestas serras o esquecimento está cheio de memória." A cem quilómetros de Cáceres, na Extremadura espanhola, a placa junto ao miradouro é daquelas que fazem pensar. A vista para as tais serras impressiona. Esta é terra de cereja, é o Vale do Jerte, a área de maior produção de cerejas de Espanha, com mais de um milhão e meio de árvores. E é a terra de um dos maiores massacres da história de Espanha. Mirador de la Memória é o nome daquele ponto de vista pejado de estátuas. Foi idealizado por Francisco Cedenilla Carrasco e é uma homenagem às vítimas da Guerra Civil Espanhola e da ditadura franquista. As imponentes estátuas têm marcas de balas do tamanho de cerejas. Em 2011, três anos depois da inauguração do espaço, pai e filho vieram aqui praticar tiro ao alvo, insatisfeitos com a democracia. Vandalizaram o miradouro a tiros de caçadeira. O Agrupamento de Cooperativas do Vale de Jerte tem mais de 3500 sócios, representa 80% da economia local e chega a uma média anual de 15 milhões de quilos de cereja. Feitas as contas, são cerca de 50 milhões de euros arrecadados por ano, fruto (que melhor palavra?) das vendas para o mercado espanhol e internacional. A Ferrero vem aqui buscar cerejas para as enfiar dentro de um bombom de chocolate inundado por licor. É um dos campeões de vendas da marca em cada Natal. E a cada Natal recorda-se por estas terras o 25 de dezembro de 1937, quando um grupo de 60 guardas civis fuzilou 34 homens no campo de tiro de um quartel de Cáceres, a cidade-museu da Extremadura. Eram professores, sindicalistas, militantes de partidos democráticos. E nem o alcaide da cidade escapou. Nos dias seguintes, a cifra chegou às 196 execuções. No tempo das cerejas, que não se esqueça o passado.