João Taborda da Gama
João Taborda da Gama
A guerra que não podemos ter
João Taborda da Gama
Mas, e se?
O mês de novembro não tinha sido fácil nem para ela nem para ele. Os dias da Web Summit a desaparecerem assim que cada um entrou na sua casa, primeiro ela, dois dias depois ele, milhares de quilómetros de distância de Lisboa e um do outro. Continuaram a ver-se nas músicas que ouviam um do outro no Spotify, sempre a dúvida pouco espessa sobre a intenção deste ou daquele título. Mas cada um à sua maneira se viu esmagado dentro da realidade que a luz de Lisboa apagara naqueles dois dias.
João Taborda da Gama
Muralha como estrada
João Taborda da Gama
É a Portela, estúpido
João Taborda da Gama
Se a cidade
João Taborda da Gama
Plantas tristes
Falo disto à vontade aqui, porque o António decidiu contar tudo. E fez bem, neste tempo em que se discute revelar todas as ligações secretas, as mais e as menos organizadas, mais vale dar o exemplo. E o António Araújo fê-lo naquele que é simultaneamente o melhor blogue do mundo, mas também de Portugal, o Malomil. Caía o pano do ano - e que ano - quando o António, no trinta e um, procedeu a este outing botânico e contou ao mundo do Plantas.
João Taborda da Gama
Por um fio
No Iowa houve primárias, mas ainda não se sabe bem quem ganhou, o que não espanta dado o primarismo das primárias. Ganhou o mayor Pete, mas ninguém tem mesmo a certezinha se foi foi por um fio. O sistema do caucus é menos sofisticado do que uma eleição numa escola secundária. Em vários recintos espalhados pelo Estado, reúnem-se os apoiantes dos vários candidatos, cada um com o seu canto, e têm um tempo determinado para convencer os outros de que o seu candidato é o melhor, depois vê-se quem muda de grupo, penso que o procedimento repete-se e no fim um júri tenta dizer quem teve mais pessoas; juntam-se os votos dos milhares de recintos e tenta-se extrapolar um número de votos e uma correspondência com os delegados. Pois.
João Taborda da Gama
Medos
João Taborda da Gama
Linhas carmim
João Taborda da Gama
Rivoli
João Taborda da Gama
Mais um texto sobre o que se está a passar no Irão
O conflito no Irão tem dividido os especialistas. Uns entendem que Trump fez bem em matar o general pela ameaça que representava aos interesses norte-americanos na zona; outros que fez mal, que isso só vai tornar as coisas piores. A grande defensora de Trump é uma das minhas mais velhas, mais belicista em si, justiceira, pragmática, que sabe que mais vale um drone na mão do que dois a voar. Está isolada, embora ande a trabalhar um dos mais novos para se juntar a ela, a construir a sua coligação de combatentes da liberdade, que se algum exército tem armas tipo Fortnite, é o americano.
João Taborda da Gama
Janeiras
João Taborda da Gama
O museu das grandes novidades
João Taborda da Gama
Cowboys e canábis na senda de Lacerda
João Taborda da Gama
Aceleras
Uma mudança de casa para uma zona rodeada de radares fez que as multas por excesso de velocidade se fossem acumulando, umas atrás das outras, umas em cima das outras; o carro sempre o mesmo, o condutor, presumivelmente eu, dado à morte das sanções estradais. Diz o código, algures, fiquei a saber, que se pode escolher a carta ou o curso. Ou se entrega a carta, quarenta e cinco dias no meu caso, ou se faz um curso sobre velocidade, dois sábados, das nove às cinco, na Prevenção Rodoviária Portuguesa.
João Taborda da Gama
A alcachofra
Uma das coisas mais estúpidas de que me convenci ultimamente é que conseguia estar num jantar em Londres na quarta e a dar uma conferência em Saragoça na quinta à hora de almoço. Mas como acontece sempre que me convenço de uma coisa, especialmente se for estúpida, lá teve de se fazer. O conseguir não é aqui relacionado com uma impossibilidade objetiva, porque há aviões e comboios de alta velocidade, mas mais com um conseguimento anímico-subjetivo, de fazer sentido, de não ser um sacrifício demasiado grande tendo em conta o benefício. Mas o pior é que nos meus processos de decisão o sacrifício entra do lado do benefício. Sim, eu sei que há pessoas com quem se pode falar sobre isso e que se costuma resolver, e também sei que a vida de hoje anda mais aberta ao lado do prazer do que da dor, mas também é verdade que não há nada mais aditivo do que fazer coisas difíceis, resolver um problema que mais ninguém consegue, estar em dois sítios ao mesmo tempo, deixar o normal e o aborrecido a quem o merece.
João Taborda da Gama
Abrigos
João Taborda da Gama
Linhas cinzentas
João Taborda da Gama
Faltas
João Taborda da Gama
Tudo ligado
A vida adulta tem-me mostrado muitas coisas que são mais difíceis do que parecem e outras que são o contrário, são bem mais fáceis do que parecem. Das mais difíceis, uma das mais, é conseguir ter um template de PowerPoint que funcione. Claro que isto interessa pouco aos leitores, uns porque não usam PowerPoint, outros que usam mas a quem basta o que o Microsoft lhes dá, e outros que são de empresas tão grandes e tão estabelecidas que os departamentos de marketing e de aiti já lhes personalizaram os templates. Ora sendo a minha chafarica recente, é coisa com a qual ainda não conseguimos atinar. Mas está-se a fazer o caminho. A imagem já está no ponto - agora apenas falta as funcionalidades todas.
João Taborda da Gama
Coisas para nós
João Taborda da Gama
O papel

João Taborda da Gama
Quinze segundos
João Taborda da Gama
Vez que são vezes
Nunca mais voltei à Torre de Belém desde a única vez que lá fui. Um dia ouvi alguém na televisão, quando via televisão, ou ouvia, ou havia, dizer que um pobre crianço que por lá encalhou a cantar tinha ido duas vezes à televisão, que tinha sido aquela, mas que tinha sido a primeira e a última, portanto eram duas vezes, não sei se foi o Júlio Isidro, se não foi, não deve ter sido, mas a minha memória diz que terá sido; e eu com a Torre de Belém também foram essas duas vezes, há muitos anos, talvez numa visita da escola, a concentração toda nas parvoíces que se pudesse fazer na camioneta do regresso. Lembro o eco e, ia jurar, mas também não posso, o cheiro a xixi. Não era urina, era xixi, que são coisas diferentes uma da outra, não posso aqui desenvolver o tema, não quero que os meus queridos censores me alertem para uma tendência escatológica, em sentido não teofilosófico, apenas da linguagem mais da rua, que por vezes não contenho bem (piada urológica, caso eles não tinham pingas de humor).
João Taborda da Gama
Notas do Japão (IV)
Aquilo que mais impressiona no Japão é o silêncio. O silêncio das pessoas nas ruas, das pessoas nos metros, das pessoas nos museus, das pessoas nos prédios. O silêncio das ruas, dos carros, dos automóveis. E é aquilo que mais impressiona porque foi aquilo de que ninguém me avisou. Aliás, o Japão do vais adorar aquilo, é mesmo a tua cara, cidades gigantes, restaurantes, uma confusão brutal, milhões de pessoas. E disto, do que se lê, do que se sabe e se conhece, vai-se ouvindo barulho, o barulho, a campânula sonora ruidosa de cada imagem. Mas chega-se lá e a imagem bate certo, mas o som bate errado. As pessoas não falam, ou falam baixo, os carros deslizam (será do alcatrão, dos motores, de ambos?), pouca música ambiente (algum jazz bem escolhido).
João Taborda da Gama
Notas do Japão (III)
João Taborda da Gama
Notas do Japão (II)
