João MeloDo heroísmo e seus derivadosEscrevo este artigo por todas as razões, uma delas de foro particular: pertenço a uma família de africanos que esteve envolvida desde sempre, quer pelo lado paterno quer pelo materno, na luta contra o colonialismo português (no caso, em Angola). Todos os assuntos relacionados com essa história, portanto, me interessam.
João MeloEstados Unidos-ChinaComo serão, após a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, as relações entre esse país e a China? Essa é, possivelmente, a grande incógnita do futuro imediato no plano das relações internacionais, com repercussões autenticamente globais.
João MeloAs democracias precisam de defender-seNo dia em que escrevo este artigo, ainda não se sabe se o atual presidente norte-americano, Donald Trump, resignará ao seu cargo ou se será alvo de um segundo processo de impeachment, por causa das suas claras e inegáveis responsabilidades na tentativa de golpe de estado do último dia 6 de janeiro.
João MeloÁfrica, 2021Início de ano é sempre tempo de previsões. Como evoluirá o continente africano em 2021? A primeira observação, mais do que óbvia, é virtualmente lapalissiana: tal como acontecerá com as demais regiões, África será igualmente afetada pelos efeitos da pandemia de covid-19.
ExclusivoJoão MeloA democracia em África está a fazer o seu caminhoEstão a acontecer neste momento, em África, coisas interessantes em matéria de democratização, que, contudo, a imprensa mundial não valoriza, por razões fáceis de compreender para quem conheça a natureza e o funcionamento do sistema de comunicação internacional.
João MeloLições preliminares das eleições americanasPor causa do prazo para entregar este artigo, tenho de escrevê-lo quando ainda não é conhecido o vencedor das eleições nos Estados Unidos, realizadas a 3 de novembro. No momento em que o faço, o candidato democrata, Joe Biden, está a um passo (um estado) da vitória. Mas tudo ainda é matematicamente possível, até um empate entre ele e Trump, o que criaria uma situação inusitada e complexa, mas resolúvel. Seja como for, já há algumas lições preliminares que podem ser extraídas destas eleições. A primeira é que o carácter decisivo da disputa eleitoral de 3 de novembro de 2020 foi confirmada pela histórica participação dos eleitores, de ambos os partidos. Como resultado, não apenas Joe Biden teve a maior votação da história das eleições americanas, superando o registo de Obama em 2008, como o próprio candidato republicano, Donald Trump, aparece logo a seguir. A segunda lição é que ficou igualmente confirmado que as eleições constituíram uma espécie de referendo sobre a figura de Trump e que a gestão da crise causada pela pandemia da covid-19 foi o fator principal por detrás do voto individual dos eleitores (para sintetizar, os mesmos poderão ser caracterizados entre pró-confinamento e pró-abertura e foi isso o que determinou a sua escolha entre um e outro candidato). Sem ignorar, claro, temas como a economia (inevitável), o racismo e a estabilidade social (law and order).
OpiniãoÁfrica e as eleições americanasAs eleições americanas desta terça-feira, 3 de novembro, são, sem dúvida, as mais decisivas eleições da história recente dos Estados Unidos, desde logo por causa do perfil de um dos contendores: o próprio presidente em exercício, Donald J. Trump. Arrisco-me a dizer que as mesmas se converteram numa espécie de referendum sobre a sua figura.
OpiniãoTrump, o incivilO modo como está a decorrer o atual processo eleitoral nos Estados Unidos confirma a profunda crise ética que vive a humanidade, como resultado da atomização dos indivíduos e da degradação do diálogo social provocada pela revolução tecnocomunicacional em curso, desmistificando a promessa de convivialidade dos primeiros anos da internet. Atesta a emergência daquilo a que o sociólogo da comunicação brasileiro Muniz Sodré chama de "sociedade incivil".
João MeloPortugal, país euro-africanoPortugal é há muito um país euro-africano não assumido. Vozes como a da historiadora e professora Isabel de Castro Henriques, que estudam as marcas africanas na sociedade portuguesa, não são evocadas devidamente. "A presença africana é a mais importante que temos em Portugal, em termos numéricos e de perenidade, constância. Ficou sempre, marcando a sociedade", afirmou ela há quatro anos, em entrevista a este jornal.
João MeloQue liberalismo é esse, então?!Acontecimentos e factos recentes levam-me a considerar que o liberalismo - uma das metanarrativas que ajudaram a configurar o mundo nos últimos séculos - está presentemente em crise (conceitual, económica, moral e política), com consequências imprevisíveis, mas ameaçadoras. Não sou, certamente, o único a alimentar tais receios.
João MeloTik-Tok, Tik-Tok, chegou a nova guerra friaO presidente Donald Trump quer banir a grande rede social chinesa TikTok do território americano (e do resto do mundo?), com receio de que ela esteja a espiar os dados pessoais dos seus utilizadores. Essa decisão junta-se à guerra comercial desencadeada por Washington contra Pequim mal o atual presidente chegou à Casa Branca, bem como aos esforços da atual administração norte-americana para banir a Huawei da telefonia móvel G-5. Não nos esqueçamos, também, da insistência de Trump em responsabilizar a China pela pandemia da covid-19.
João MeloAngola e o Acordo OrtográficoComo observei no meu artigo anterior, Angola é o segundo maior falante de português em todo o mundo, depois do Brasil, o que lhe atribui responsabilidades acrescidas no que diz respeito às respetivas políticas, não apenas internas mas igualmente externas. Na minha opinião, que é rigorosamente individual e vale o que vale, o país tem negligenciado tais responsabilidades. A persistente ambiguidade e hesitação em tomar uma posição definitiva em relação ao Acordo Ortográfico de 1990, por exemplo, confirma essa atitude. Pela parte que me cabe, tenho muita dificuldade em entender a relutância de alguns setores em ratificar o referido acordo.
AngolaPortuguês, língua nacional angolanaLíngua é assunto que costuma gerar paixões, sobretudo quando entrelaçado com a história e a política, as quais, por sua vez, não escapam do olhar ideológico. O modo como tem sido discutida em Angola a questão do estatuto e do papel da língua portuguesa é um exemplo perfeito do que acabo de dizer.