
António Barreto


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Igualdade e liberdade
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Simplex e proximidade nas Laranjeiras
Um dia de Junho. Dias depois da organização do Festival da Eurovisão, ainda os portugueses estão felizes com a sua modernidade. Dias antes do início do Campeonato do Mundo de futebol, no qual Portugal participa após um enorme esforço de talento. Ao mesmo tempo, no Terreiro do Paço, um zepelim anuncia no céu mais um avanço do Simplex na humanização dos serviços públicos.

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Mistérios por desvendar

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Dados e cidadãos

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O socialismo português
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O Anjo Exterminador
As últimas histórias confirmam a sensação, por tantos partilhada, de que o PS de José Sócrates foi responsável pelo mais negro período de mau governo das últimas décadas. Antes dele, outros também fizeram das suas e não foram poucas. Mas não andaremos longe da ideia de aquele ter sido o zénite da corrupção em Portugal. Por isso, assistimos a uma tentativa desesperada deste governo do PS de se distanciar do outro governo do PS, mesmo sabendo que muitas pessoas pertenceram aos dois. Talvez até por isso mesmo foram enormes os esforços. Primeiro, a hipocrisia da visita de solidariedade, a acompanhar o expediente da separação entre justiça e política. Depois, o silêncio culpado. A seguir, a indiferença. Finalmente, a lavagem de mãos, a terminar na indignação encenada. Um melodrama em quatro actos.
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A corrupção e suas variedades
O mais provável é que o PS esteja a caminho do fim. Não por causa da adesão ao mercado nem pelo seu entusiasmo com a frente de esquerda. Mas sim por causa da corrupção, que o PS nunca condenou claramente, sobretudo a sua e a dos seus amigos. O caso Sócrates, a que se acrescentaram tantos outros, está agora a mostrar contornos difíceis de apagar da memória. O caso PT, bem anterior, já tinha deixado feridas e cicatrizes profundas. Os casos Pinho e EDP, que ainda agora vão no adro, revelaram-se de tal maneira letais que será difícil convencer quem quer que seja que membros deste governo não tiveram nada que ver com o governo Sócrates, nesta que é talvez a maior derrota da democracia desde há mais de 40 anos.

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Tentar perceber a saúde

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Dois casos

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Ódios do tempo presente
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A liberdade é melhor do que a censura
Perante os evidentes abusos cometidos pelas grandes operadoras de "redes sociais", eleva-se o clamor: mata, esfola, proíbe, censura, vigia, controla e regula! São estas as palavras-chave que descansam os incautos e os virtuosos, mas acabam por permitir aos operadores continuar a fazer os seus negócios, com mais ou menos exigências, mas negócios apesar de tudo.

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Apanhados nas redes

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A prova de fogo

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A desigualdade na saúde
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Faz hoje anos
É o 11 de Março de 1975! Provavelmente, um dos dias mais negros da história da liberdade no Portugal contemporâneo. Uma absurda tentativa de golpe de militares e gente de direita, a que presidia o general António de Spínola, foi derrotada pelo contragolpe das esquerdas.
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Um Estado frágil, um pobre país
A venda ao Estado chinês dos interesses da Gulbenkian no petróleo veio despertar fantasmas e levantar problemas interessantes. A decisão da Gulbenkian pode evidentemente justificar-se do ponto de vista da sua economia, das suas finanças a longo prazo e do seu equilíbrio futuro. A Gulbenkian não é uma empresa pública e daí se devem retirar conclusões rigorosas. A Gulbenkian não tem de se substituir ao Estado nem ao capitalismo caseiro. Os critérios de uma empresa ou de uma fundação não são os mesmos do que os de um país.

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Um negócio lucrativo

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Negócio da China

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A lei e a taxa
Opinião
Não somos todos iguais
É uma das frases mais ouvidas nos tempos que correm. "Eles são todos iguais!" Na ladroagem, na corrupção, na mentira, nas cunhas, no nepotismo e na trafulhice! "São todos iguais!" É o que se ouve nos cafés suburbanos, nas leitarias das avenidas novas, nas casas de chá de Cascais e da Foz, nos táxis e nos estádios de futebol: "São todos iguais!" Na fuga ao fisco, no tráfico de influências, no emprego para os amigos, nas autorizações legais e nos subsídios europeus: "São todos iguais!"

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Piedade e Misericórdia

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Gente sem culpa

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A inocência perdida
Opinião
Frágil. Vulnerável. O Estado
É talvez o momento ideal para discutir coisas sérias. Só há eleições legislativas daqui a um ano. As reservas de demagogia ficam para então. A coligação parlamentar está segura. No PS, partido do governo, há quem queira pensar e discutir doutrina e programas. Ocupado até agora com habilidades, este partido necessita de pensar. Na oposição, há uma eleição crucial para o PSD. Este partido ainda sofre, justa e injustamente, dos efeitos da austeridade e de dois anos de oposição. Tem necessidade absoluta de repensar.
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Criar raízes, fixar populações
Os desastres deste ano vieram actualizar um velho problema: o despovoamento, para uns, ou a desertificação, para outros, de grande parte do país. Não apenas do interior clássico, mas do interior social e económico que por vezes se aproxima a escassos quilómetros do litoral ou até que inclui muita praia do centro do país ou do Alentejo. Aliás, visto de São Petersburgo ou de Istambul, Portugal é todo litoral.
Opinião
O futuro do governo

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Um paradoxo português

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Este meu país tão raro!
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Como nas claques
A comparação já foi feita: o debate político parece-se cada vez mais com o futebol e respectivas claques. O que interessa é a cor e a camisola. O que conta é saber quem apoia e quem critica. Ou quem é apoiado e quem é condenado. O caso, o objectivo, a decisão, o programa, o valor e a ideia são de menor apreço e quase indiferentes. Importa, isso sim, é saber se é a favor ou contra o grupo, o chefe e o partido. Importa berrar e bramar, ameaçar e apoiar, vibrar de prazer ou rosnar de ódio, bajular ou agredir. Se os meus são criminosos, desculpam-se, porque a culpa é dos outros, batoteiros por definição.
