"Respeite o seu corpo, pois é o único que tem para viver, e não o estrague"
No Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, o DN convidou o nutricionista Humberto Barbosa a analisar o excesso de peso na sequência do confinamento imposto pela pandemia e de como os comportamentos podem provocar o descontrolo na balança.
A obesidade tornou-se uma consequência da pandemia? E hoje recebe na sua consulta mais pessoas com excesso de peso do que antes da covid-19?
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É um facto que os portugueses que se viram forçados ao teletrabalho tiveram uma relação de maior proximidade com o seu frigorífico e os "pecados gastronómicos" foram maiores e com mais frequência, o que resultou em mais peso e mais gordura. Por essa razão, o nosso número de clientes na Clínica do Tempo não parou de crescer.
De que forma o excesso de peso se tornou uma doença do século XXI?
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A doença que mais mata em todo o mundo não é o cancro, mas sim as doenças cardiovasculares, causadas principalmente pelo excesso de gordura. E Portugal não é exceção.
Como a obesidade e a psiquiatria e psicologia caminham juntas? A "fome emocional" será uma das principais razões para que a balança dispare?
É uma das razões, mas não a única.
Uma reeducação alimentar e comportamental é essencial para o bem-estar geral. Por isso escrevi, juntamente com o meu filho Tomás, um livro que identifica a Fórmula Simplificada para Atingir a Longevidade num Corpo Belo e Saudável, que assenta em quatro fatores essenciais:
1.º Alimentação saudável;
2.º Prática regular de exercício físico;
3.º Controlo do stresse;
4.º Equilíbrio emocional.
A utilização desta fórmula faz com que possamos ter mais saúde, mais energia e saibamos relativizar as preocupações do quotidiano. As pessoas que têm equilíbrio emocional são mais felizes e não têm "fome" emocional, pois sentem-se devidamente compensadas no seu dia a dia.
Qual seria a política pública, qual a decisão ao nível do Ministério da Saúde, que poderia melhor contribuir para a redução da obesidade em Portugal?
Apostar cada vez mais na formação dos nutricionistas e numa integração e atuação transversal deles na sociedade, incluindo a obrigatoriedade de ter nutricionistas nas escolas em ações de formação periódicas.
É igualmente importante viabilizar ainda mais o acesso aos nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde. Como complemento, e com resultados práticos muito imediatos, a proibição da venda de determinados alimentos nocivos para a saúde e refrigerantes nas escolas, aumento de impostos nos alimentos mais nocivos para a saúde, com a consequente diminuição dos mesmos nos alimentos mais saudáveis.
Que conselho pode dar ao leitor para cuidar da sua saúde nestas áreas de que falamos?
Procure a ajuda de um especialista e não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Respeite o seu corpo, pois é o único que tem para viver, e não o estrague ingerindo alimentos que a maior parte das pessoas não tem coragem de dar aos seus animais de estimação.
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