A semana da medalha olímpica e do início da libertação (da covid-19)
Numa semana em que os Jogos Olímpicos, não só devido às exibições dos atletas mas também pelo alerta deixado pela ginasta Simone Biles, estiveram em alta no espaço mediático mundial, Portugal despediu-se de Otelo Saraiva de Carvalho, o estratega do 25 de Abril de 1974.
Sábado
Diploma na estreia nos Jogos. A Catarina faltou o "quase"

Na estreia em Jogos Olímpicos Catarina Costa ficou em quinto lugar em -48 kg.
© Jack GUEZ / AFP
Os Jogos Olímpicos de 2020 (realizados em 2021 depois de adiados um ano devido à pandemia) começaram para Portugal com um resultado promissor: um diploma olímpico para a judoca Catarina Costa na categoria de -48 kg. Para estreia na maior competição desportiva do planeta pode dizer-se que não foi nada mau, mas a judoca até ficou desiludida: "Não sei o que é que faltou no quase, deixei tudo no tapete, mais do que isso, deixei tudo em cada treino que fiz na minha preparação, sobretudo nesta preparação mais final." Apesar de tudo ficou no arranque dos Jogos uma boa indicação do moral e do nível de ambição da equipa nacional.
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Domingo
A morte de Otelo Saraiva de Carvalho, aos 84 anos

Centenas de pessoas foram à Academia Militar para homenagear Otelo Saraiva de Carvalho.
© MIGUEL A. LOPES/LUSA
Aos 84 anos morreu o estratega do 25 de Abril de 1974, Otelo Saraiva de Carvalho. A morte do coordenador do Movimento das Forças Armadas desencadeou reações que mostraram um país dividido entre quem o elogiou e os que o recordam pela sua ação no COPCON e pela prisão preventiva devido à ligação às FP-25. Para a história ficam, entre outras, estas suas ações: a corrida à Presidência da República em 1976 e 1980 (derrotado em ambas), as ideias sobre como o país deveria ser governado e ainda os "desvios políticos perversos, de nefastas consequências", como lembrou o general Ramalho Eanes que, porém, lembrou ter Otelo "direito a lugar de proeminência" na história.
Segunda-feira
Crise política na Tunísia e presidente assume o poder

Os apoiantes do presidente da Tunísia protagonizaram diversas manifestações de apoio a Kaïs Saïed.
© EPA/STR
A decisão do presidente da Tunísia de suspender o parlamento e demitir o primeiro-ministro aumentou a profunda crise política com origem no "conflito" entre o presidente Kaïs Saïed e o primeiro-ministro Hichem Mechichi, do partido islamita Ennahda. A decisão surgiu após várias manifestações pelo país em que se pedia "uma mudança de regime" e se apoiava o presidente. Além dos problemas políticos a Tunísia enfrenta um pico na pandemia de covid-19 sendo o segundo país de África, a seguir à África do Sul, com mais vítimas mortais (mais de 18 mil).
Terça-feira
Mais vida e um presidente "irritantemente otimista"

Após dois meses sem aconselhamento técnico sobre como lidar com a pandemia, o Presidente da República e o governo ouviram os especialistas apresentar um plano de "libertação" da sociedade e da economia. Alterações de níveis de pandemia, mudança do teto da incidência nas regiões para a avaliação do risco, alargamento de horários, vacinação dos mais jovens, de tudo se ouviu neste encontro. De tal forma o cenário foi mais "libertador" da vida social que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu apelidar-se de "irritantemente otimista". E deixou a porta aberta para o governo alterar as regras.
Quarta-feira
A luta "contra os demónios" da ginasta Simone Biles

Uma má prestação neste salto acabou por despertar os problemas de saúde de Simone Biles.
© Martin BUREAU / AFP
"Mais rápido, mais alto, mais forte". Este é o lema olímpico que por estes dias milhões de pessoas apreciam pela televisão ao assistir ao desempenho dos atletas presentes em Tóquio. Mas por trás deste cenário há dor, expectativas frustradas e sofrimento. Muito. A prova disso foi o que se passou com a ginasta norte-americana Simone Biles que ao ter uma má prestação na prova de salto por equipas saiu do recinto e pouco depois soube-se que iria abandonar a prova por equipas. Mais tarde desistiu mesmo da competição individual. A justificação: um problema de saúde mental que vai agora tratar. A pressão de ser perfeita levou-a ao tapete e agora vai "lutar contra os demónios" que diz ter na cabeça.
Quinta-feira
Uma medalha de manhã. O início da liberdade à tarde

Jorge Fonseca tinha como objetivo o ouro olímpico, mas acabou por ficar com o bronze.
© TIAGO PETINGA/LUSA
Este é um dia que pode ficar na história: de manhã Portugal conquistou uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio pelo judoca Jorge Fonseca que conseguiu o bronze na categoria de -100 kg. A meio da tarde o primeiro-ministro António Costa anunciou os três passos a caminho da normalidade possível em época de pandemia. Após o Conselho de Ministros, o governante explicou que a diminuição de restrições passa a estar relacionada com o nível de vacinação e que, pelas expectativas do executivo, outubro, com 85% da população vacinada, marcará o fim de todas as limitações.
Sexta-feira
Tribunal Europeu retira imunidade a Carles Puigdemont
O Tribunal de Justiça Europeu retirou a imunidade parlamentar ao ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont e a dois outros eurodeputados catalães, Toni Comín e Clara Ponsatí. Na realidade o que o tribunal fez foi revogar a decisão provisória de 2 de junho em que concedia temporarimente a imunidade aos três eurodeputados, esperando-se agora a decisão definitiva, mas até lá ficam sem essa figura. Os três estão fugidos à justiça espanhola por envolvimento na organização em 2017 de um referendo considerado ilegal sobre a independência da Catalunha. Perante a decisão do TJE, se saírem da Bélgica arriscam-se a ficar sob a alçada da justiça espanhola.
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