Livro com revelações íntimas sobre políticos entra no debate
Carlos César, presidente do PS, fez alusão ao facto de Passos "apadrinhar" a obra de José António Saraiva
O presidente do PS fez hoje alusão à possibilidade de o líder do PSD "apadrinhar" em breve a apresentação do livro do ex-diretor do semanário "Sol" José António Saraiva sobre "mexericos da vida sexual de políticos".
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A capa do livro
© DR
Esta referência de Carlos César, proferida em tom de graça, foi feita na sessão de abertura da conferência intitulada "Desigualdade, território e políticas públicas" - classificada como a "rentrée" política do PS -, que decorre no Convento de São Francisco, em Coimbra, e que esta tarde será encerrada pelo secretário-geral socialista, António Costa.
O líder parlamentar do PS começou por criticar "as rentrées políticas" de outras forças políticas, considerando que "estão mais viciadas nos piqueniques e nos comícios".
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Depois, neste mesmo contexto, Carlos César procurou traçar um contraste entre essas aberturas do ano político e a iniciativa dos socialistas, que classificou como vocacionada para o debate, a reflexão "e o contraditório".

José António Saraiva
© Vítor Rios/Global Imagens
"Bem sei, também, que esta realização [do PS] não tem a notoriedade da apresentação de um livro sobre mexericos da vida sexual de políticos (esse sim afanosamente apadrinhado pelo líder do PSD), mas sim estudar soluções para diminuir as desigualdades, o que pode não ser tão excitante", disse.
No próximo dia 26, está previsto que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, apresente em Lisboa o último livro lançado pelo antigo diretor dos semanários "Expresso" e "Sol" José António Saraiva.
Intitulado "Eu e os políticos - o livro proibido", da Gradiva, a publicação refere pormenores das vidas pessoais de políticos e de outras personalidades.
"O Dr. Pedro Passos Coelho aceitou o convite mesmo antes de ler o livro. Este convite foi aceite tendo em conta a admiração que o Dr. Pedro Passos Coelho tem pela carreira e pelo papel que o arquiteto José António Saraiva desempenhou e desempenha no jornalismo português." Foi este o conteúdo da nota enviada ao DN por um assessor de imprensa de Pedro Passos Coelho depois de o DN o ter questionado sobre se não se sentia "desconfortável" com o teor da obra e o facto de José António Saraiva contar várias histórias que lhe foram contadas em privado, muitas delas de conteúdo sexual.