Bombeiro resgata gato com jatos de água. Caso já está no Ministério Público
Já foram apresentadas várias queixas contra o bombeiro que protagonizou o episódio, nomeadamente pelo partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza)
Um bombeiro, identificado como pertencente à corporação dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, terá tentado resgatar um gato com recurso a jatos de água, tendo o animal caído desamparado no chão. O momento foi capturado num vídeo, que em cerca de duas horas atingiu mais de 70 mil visualizações e centenas de comentários negativos.
O caso ocorreu ao final da tarde de ontem, na Avenida António Feijó, em Ponte de Lima. Como é possível ver nas imagens, que entretanto foram retiradas, há um homem que tenta apanhar o gato, mas o animal cai sem qualquer apoio, perante os gritos de alguém, que aparenta ser a dona do mesmo.
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Confrontado com as imagens, o Grupo de Intervenção e Resgate Animal (GIRA) apresentou queixa ao Ministério Público, ao SEPNA (Serviço de Proteção na Natureza e do Ambiente), que fez o encaminhamento para a PSP, e ao PAN (Pessoas-Animais-Natureza).
Queixa-crime apresentada contra o bombeiro
Entretanto, o PAN apresentou queixa-crime contra o bombeiro e pediu esclarecimentos ao comando da corporação. "Desumano! [Estas imagens podem chocar!] Para retirar este gato do cimo da árvore em Ponte de Lima, o bombeiro decidiu atirá-lo para o chão com jatos de água! A queda é imensa e chocante", lê-se numa publicação do Facebook.Ao DN, Paula Neto, dirigente do GIRA, diz que está preocupada com um texto publicado pela suposta dona do animal, que revela que o gato está bem e desculpabiliza o bombeiro. "O animal é muito pequeno e ouve-se um estrondo enorme. Tenho sérias dúvidas de que esteja bem", afirma.
Na opinião desta responsável, o salvamento podia ter sido feito de outra forma, ou até de uma forma semelhante, mas "recorrendo a uma rede, um pano para amortecer a queda do animal". Para Paula Neto, "não houve respeito pela vida do animal. Isto não é tentar salvar, é resolver o problema da forma mais rápida".
Num comunicado publicado no Facebook, a Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua (ALAAR) também manifesta indignação em relação à situação. "É este o procedimento comum inicial para resgatar um gatinho (animal doméstico protegido pela lei contra abusos e maus-tratos contra animais de companhia) assustado de uma árvore? [...] Perante os gritos e protestos dos assistentes, não houve uma reflexão sobre o método utilizado que perturbou afinal as pessoas presentes?"
O DN contactou os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, mas o comandante só estará disponível à tarde, uma vez que se encontrava em formação.