CDS diz que vacinação de políticos "é insulto" para os idosos
O líder do CDS manifestação contra a prioridade da vacinação aos titulares de órgãos de soberania. Considera que "é mau exemplo" para o país e "um insulto" aos que mais sofrem com a pandemia, os idosos. PCP e Chega também são contra.
Francisco Rodrigues dos Santos contesta prioridade na vacinação a todos os titulares de órgãos de soberania, o que já tinha verbalizado em recente entrevista ao DN.
"É indefensável colocar todos esses políticos à frente dos mais idosos, dos utentes dos lares, dos profissionais de saúde - tanto do público como do privado - e de outros grupos de risco que ainda não foram vacinados", afirma o líder centrista.
Tal como tinha afirmado na entrevista, Francisco Rodrigues dos Santos reitera que se fosse abrangido por este direito prioritário, cederia a vacina a um idoso. "Defendo há muitas semanas a revisão imediata do plano de vacinação, para que os mais idosos, acima dos 80 anos, sejam incluídos na primeira fase do plano", acrescenta.
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Na sua opinião, hoje mais do que nunca, "é preciso cuidar de quem cuidou de nós, dos mais velhos, que estão a morrer como nenhum outro grupo etário, muitos deles sozinhos e sem um adeus".
A Juventude Popular também desafiou os detentores de cargos políticos a abdicarem da vacinação contra a covid-19 nesta fase, considerando que poderá ser um "sinal contraditório" já que há profissionais ainda preteridos dos grupos prioritários.
Em comunicado, o presidente da JP, Francisco Mota, "desafia os detentores de cargos políticos" a abdicarem da vacinação contra o SARS-CoV-2, depois de "ter sido noticiado" que há profissionais de vários setores que ainda não estão incluídos nos grupos prioritários.
PCP e Chega contra a vacinação
O PCP criticou a "generalização excessiva" na prioridade da vacinação contra a covid-19 dada aos políticos e insistiu que é necessário "garantir as condições para a rápida vacinação da população". "A prioridade dada a titulares de altos responsáveis do Estado, sendo compreensível para situações concretas, tem uma generalização que se afigura excessiva", lê-se num comunicado do gabinete de imprensa dos comunistas no dia em que foi noticiado que os titulares de órgãos de soberania, órgãos das regiões autónomas e autarcas começam a ser vacinados na próxima semana.
Para os comunistas, o "essencial e prioritário" é "garantir as condições para a rápida vacinação da população, o que exige que o país não fique dependente unicamente do programa de vacinas da União Europeia e das multinacionais farmacêuticas".
O Chega voltou igualmente a insurgir-se contra a vacinação prioritária de titulares de cargos políticos e defendeu, em vez disso, que seja dada prioridade aos bombeiros e aos idosos."Não faz sentido que os dirigentes políticos, ainda que sejam órgãos de soberania, tenham acesso ao processo de vacinação quando existem ainda milhares de idosos por todo o país que ainda não foram vacinados", lê-se num comunicado.
O texto do partido da extrema-direita parlamentar defende que, "na mesma medida, não faz sentido absolutamente nenhum que sejam vacinados quando os bombeiros, que lidam diariamente com doentes covid, também ainda não tenham visto o seu processo de vacinação concluído".
"O Chega é contra esta medida por considerar que há franjas da sociedade que precisam de ser vacinadas o quanto antes quer pela exposição ao vírus a que estão sujeitas diariamente, quer por estarem incluídas no grupo de maior risco, como é o caso dos idosos", conclui o documento.
Com Lusa