Preços da eletricidade vão subir em julho
O aumento aplica-se aos clientes do mercado regulado e deve-se à subida do preço da energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL)
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) deliberou aumentar em 5 euros por megawatt-hora (MWh) o preço da tarifa de energia elétrica do mercado regulado, de modo a refletir a subida de preços da energia no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL). A aplicação da nova tarifa ocorre a partir de 1 de julho de 2021.
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"Para a maioria dos clientes domésticos do mercado regulado", com potência contratada de 3,45kVA, esta atualização será de 1,05 euros na fatura média mensal, indica o regulador.
Em comunicado, a ERSE explica que monitoriza a evolução dos preços nos mercados grossistas e que, "para evitar desalinhamentos excessivos com o mercado livre e a criação de desvios a recuperar posteriormente pelas tarifas, com consequências para todos os consumidores", sempre que se verificar um desvio do custo de aquisição do comercializador de último recurso igual ou superior a 10 euros por MWh, a tarifa de energia deve ser revista trimestralmente "num valor fixo de cinco euros por MWh".
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Este mecanismo de atualização trimestral foi aplicado, pela primeira vez, em 2020, em sentido inverso, ou seja, baixando o preço da eletricidade dos clientes do mercado regulado. Este ano, e para repercutir o aumento dos preços nos mercados grossistas, que estão cerca de 25% mais altos do que o inicialmente previsto - com um custo médio de 61,85 euros por MWH contra os 49,52 considerados aquando da fixação da tarifa que estaria em vigor em 2021 -, a atualização será no sentido do agravamento dos preços.
Indica o regulador que, tendo por base os consumidores-tipo do simulador de preços de energia da ERSE, o "impacto estimado" da atualização da tarifa de energia para os consumidores do mercado regulado é de 3%, em relação aos preços em vigor, no total da fatura, já com IVA incluído. "Atendendo à redução de -0,6% ocorrida em janeiro, com esta atualização, a variação tarifária média anual entre 2021 e 2020 será cerca de 0,9%", frisa.
Significa isto que um casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo anual de 1900 kWh, irá ver a sua fatura agravada em 1,05 euros para 37,11 euros mensais. Já no caso de um casal com dois filhos, uma potência contratada de 6,9kVA e um consumo anual de 5000 kWh, o agravamento é de 2,86 euros e passará a pagar, em média, 92,60 euros por mês.
"A aplicação da nova tarifa de Energia produz efeitos a partir de 1 de julho de 2021 e abrange os consumidores no mercado regulado (cerca de 5% do consumo total e de 954 mil clientes, em fevereiro de 2021). As demais tarifas, fixadas a 15 de dezembro de 2020 para vigorarem no ano 2021, mantêm-se inalteradas", sublinha o regulador. Que deixa claro que esta mudança não condiciona os operadores do mercado livre. "Mesmo após a revisão em alta das condições de preço para novos contratos de fornecimento de eletricidade, já ocorridas em muitos comercializadores desde o início do ano devido à subida dos preços no MIBEL, subsistem várias ofertas melhor posicionadas que o mercado regulado", alerta a ERSE, que recomenda aos consumidores do mercado regulado que "procurem potenciais poupanças na fatura de eletricidade junto dos comercializadores em mercado livre". Para facilitar o processo de decisão, o regulador dispõe de um simulador de preços de energia online que "facilita a escolha da oferta mais vantajosa".
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