Desmontando o poder ditatorial
"A Morte de Estaline", de Armando Iannucci
Por vezes, uma boa maneira de (re)descobrir a história consiste em deslocá-la para o domínio da farsa. É o que faz o escocês Armando Iannucci, evocando os tempos agitados que se seguem à morte de Estaline (5 março 1953).
Não se trata, entenda-se, de fazer uma qualquer "reconstituição", mas sim de elaborar um retrato sarcástico do labirinto do poder ditatorial, expondo, muito em particular, as singularidades dos súbditos que, de uma maneira ou de outra, integraram os "valores" do homem que os mantinha, na corda bamba, entre vida e morte.
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Através de um excelente trabalho dos atores - com destaque para Simon Russell Beale e Steve Buscemi nos papéis de Lavrentiy Beria e Nikita Khrushchev, respectivamente -, Iannucci celebra, assim, as velhas e atualíssimas potencialidades da comédia política.
Classificação: *** (bom)